quinta-feira, 17 de maio de 2012

1o ano - Ensino Médio

1 – REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO


      A representação do espaço geográfico pode-se dar através de cartas, plantas, croquis, mapas, globos, fotografias, imagens de satélites, gráficos, perfis topográficos, maquetes, textos e outros meios que utilizam a linguagem cartográfica. A função dessa linguagem é a comunicação de informações sobre o espaço, daí a necessidade de haver uma situação comunicativa (exposição e divulgação dos trabalhos) para que a atividade seja significativa e ocorra aprendizagem e avaliação do processo, além de contribuir para que mais pessoas tenham acesso ao conhecimento.
      ``Como as culturas não estão feitas só de conhecimentos e `destrezas' restritas ao mundo da produção, é necessário que reproduzam, também, outros conhecimentos para manter como culturas. Tal reprodução, como bem acentuou Ludgren, faz-se nas instituições escolares pela representação''. (Pedra, 1997:16).
      Um dos objetivos em se trabalhar com as representações cartográficas é o de se estabelecer articulação entre conteúdo e forma, utilizando a linguagem cartográfica para que se construam conhecimentos, conceitos e valores. No caso da maquete geográfica, os conceitos de semiologia gráfica baseiam-se nas propriedades de percepção visual, nos sistemas onde os sinais acumulam significados, tornando mais acessível à interpretação dos dados nela contidos, possibilitando atingir uma de suas finalidades básica, como meio de comunicação.

      Quantas vezes você já se perguntou: “Onde fica a escola?”, “Onde fica o Brasil?”, “Onde fica tal rua?”, “Como chegar ao parque?”, “Vou viajar para o interior de Minas Gerais. Mas onde fica?”.
      Essas perguntas podem ser respondidas sem que alguém emita sequer um som pela boca. Basta olhar para um mapa.

    Þ  Mas o que é um mapa?

  1.1 – O mapa é uma representação gráfica da superfície terrestre que serve para a orientação e a localização de objetos, pessoas, ruas, cidades e países no espaço geográfico.



       Além do mapa, você já deve ter visto gráficos e tabelas, que são também representações gráficas. Eles servem para demonstrar determinados acontecimentos no espaço geográfico. Por exemplo, gráfico de crescimento populacional, de taxas de desemprego, etc.

                            Tabela que demonstra a produção agrícola em Goiás no ano de 2008

       Agora você sabe, então, que mapas, gráficos e tabelas são representações gráficas para demonstrar acontecimentos no espaço geográfico.
      A cartografia vai ser o conhecimento responsável por juntar as informações geográficas e representá-las em mapas, gráficos e tabelas. A partir de conhecimentos científicos, técnicos e artísticos, a cartografia elabora representações gráficas.
      As representações gráficas auxiliam tanto a orientação e a localização de alguma coisa no espaço geográfico, quanto à representação e a demonstração de fenômenos geográficos.
 Por Régis Rodrigues – Graduado  em Geografia

     1.2 – O Gráfico é um instrumento que possibilita transmitir muitas vezes o significado de planilhas ou tabelas complexas de uma forma mais eficiente e mais simples. Não adianta nada você saber efetuar a confecção de um gráfico se não souber a que finalidade se destina determinado gráfico. Desta forma você correrá o risco de apresentar um gráfico que não seja adequado a uma determinada situação.
      Para se criar um gráfico é preciso primeiro conhecer o tipo de informação que se deseja transmitir, pois um gráfico poderá informar de forma visual as tendências de uma série de valores em relação a um determinado espaço de tempo, a comparação de duas ou mais situações e muitas outras situações.
      A maior parte dos gráficos utiliza os dados em relação a um eixo X horizontal e a um eixo Y vertical, podendo o eixo X conter um escala de categorias como: valores, faixas etárias, medidas métricas, anos, meses, dias da semana, localidades geográficas, etc. O eixo Y poderá conter os valores definidos dentro de uma planilha. O gráfico é um objeto gráfico que você poderá efetuar cópia, movimentação, alteração do tamanho e mudança de seu estilo de apresentação.
      Cada tipo de gráfico é adequado para uma diferente situação a ser analisada. Se um gráfico for definido de forma incorreta, poderá ocorrer a análise errada de uma situação, causando uma série  de interpretações distorcidas do assunto em questão, tornando desta forma o desenho do gráfico sem qualquer efeito aproveitável. Entre gráficos mais utilizados estão: Linhas, Área, Colunas, Torta, Dispersão (XY), Radar, 3D e Rosca.
      Gráficos: parábolas, hipérboles, diagramas circulares, linhas, diagrama de barras, colunas, histogramas, pictogramas.

1.3 – Uma tabela é uma representação matricial, isto é, em linhas e colunas, tantas quantas a aplicação que se queira dar.
      Existem tabelas unidimensionais que têm apenas colunas ou apenas linhas. Mas o mais comum é encontrar-se tabelas bidimensionais.
      As tabelas são realmente a conjugação entre o pensamento abstrato e a nossa necessidade de visualização. Mas elas têm um ponto muito forte que é a capacidade de nos dar muita informação em pouco espaço.
      Uma das tabelas mais conhecidas é a Tabela periódica que apresenta os elementos químicos.


2 – COORDENADAS GEOGRÁFICAS

      Coordenadas Geográficas são linhas imaginárias que cortam o planeta Terra nos sentidos horizontal e vertical, servindo para a localização de qualquer ponto na superfície terrestre.
      A distância das coordenadas geográficas são medidas em graus, minutos e segundos. Um grau corresponde a 60 minutos, e um minuto corresponde a 60 segundos.
      Dessa maneira, temos dois tipos de coordenadas geográficas:
      Latitude: São as linhas que tracejam a Terra no sentido horizontal, também conhecidas como paralelas. O círculo máximo da esfera terrestre, na horizontal, é chamado de Equador. O Equador corresponde à latitude 0°, dividindo o planeta em hemisférios Norte e Sul. As latitudes variam de 0 a 90°, tanto ao Norte quanto ao Sul. A latitude, além de servir para localização geográfica, é uma variável importante para estudar os tipos de clima da Terra, pois a incidência de raios solares no planeta é maior nos lugares com latitudes menores, isto é, mais próximas à linha do Equador.
      Longitude: São as coordenadas geográficas que cortam a Terra no sentido vertical, também conhecidas como Meridianos. A distância das longitudes varia de 0° a 180°, nos sentidos Leste e Oeste. Como padronização internacional, adotou-se o Meridiano de Greenwich como ponto de partida, a longitude de 0°. Assim, tal meridiano divide a Terra em Ocidental (a Oeste) e Oriental (a leste). Foi a partir das longitudes que se criaram os fusos horários. Todos os meridianos se encontram e se cruzam nos pólos Norte e Sul.

      O sistema de mapeamento da Terra através de coordenadas geográficas expressa qualquer posição horizontal no planeta através de duas das três coordenadas existentes num sistema esférico de coordenadas, alinhadas com o eixo de rotação da Terra. Herdeiro das teorias dos antigos babilônios, expandido pelo famoso pensador e geógrafo grego Ptolomeu, um círculo completo é dividido em 360 graus (360°).

 

Localização absoluta


      Para localizar qualquer lugar na superfície terrestre de forma exata é necessário usar duas indicações, uma letra e um número. Temos que utilizar elementos de referência que nos permitam localizar com exatidão qualquer lugar da Terra. A rede cartográfica ou geográfica dá-nos a indicação das coordenadas geográficas.
      Os pontos cardeais dão um rumo, isto é, uma direção, mas não permitem localizar com exatidão um ponto na superfície terrestre porque é um instrumento e mira gabaritado para trabalhar em pequenas distâncias num plano de duas dimensões. O sistema de mapeamento da Terra através de coordenadas geográficas expressa qualquer posição horizontal no planeta através de duas das três coordenadas existentes num sistema esférico de coordenadas, alinhadas com o eixo de rotação da Terra. Herdeiro das teorias dos antigos babilônios, expandido pelo famoso pensador e geógrafo grego Ptolomeu, um círculo completo é dividido em trezentos e sessenta graus (360º).
      Assim, quando dizemos que a área X está a leste de Y, não estamos dando a localização precisa dessa área, mas apenas indicando uma direção. Para saber com exatidão onde se localiza qualquer ponto da superfície terrestre — uma cidade, um porto, uma ilha, etc. — usamos as coordenadas geográficas. As coordenadas geográficas baseiam-se em linhas imaginárias traçadas sobre o globo terrestre:

  • os paralelos são linhas paralelas ao equador — a própria linha imaginária do equador é um paralelo;
  • os meridianos são linhas semicirculares, isto é, linhas de 180° — eles vão do Pólo Norte ao Pólo Sul e cruzam com os paralelos.
      Cada meridiano possui o seu antimeridiano, isto é, um meridiano oposto que, junto com ele, forma uma circunferência. Todos os meridianos têm o mesmo tamanho. Convencionou-se que o meridiano de Greenwich, que passa pelos arredores da cidade de Londres, na Inglaterra, é o meridiano principal.
      A partir dos paralelos e meridianos, estabeleceram-se as coordenadas geográficas, que são medidas em graus, para localizar qualquer ponto da superfície terrestre.

 

Sistemas de Coordenadas Geográficas


      Existem pelo menos quatro modos de designar uma localização exata para qualquer ponto na superfície do globo terrestre.
      Nos três primeiros sistemas, o globo é dividido em latitudes, que vão de 0 a 90 graus (Norte ou Sul) e longitudes, que vão de 0 a 180 graus (Leste ou Oeste). Para efeitos práticos, usam-se as siglas internacionais para os pontos cardeais: N=Norte, S=Sul, E=Leste/Este, W=Oeste.[2][3]
      Para as longitudes, o valor de cada unidade é bem definido, pois a metade do grande círculo tem 20.003,93km, dividindo este último por 180, conclui-se que um grau (°) equivale a 111,133km. Dividindo um grau por 60, toma-se que um minuto (') equivale a 1.852,22m (valor praticamente idêntico ao da milha náutica).  Dividindo um minuto por 60, tem-se que um segundo (") equivale a 30,87m,
      Para as latitudes, há um valor específico para cada posição, que aumenta de 0 na Linha do Equador até aos Pólos , onde está o seu valor máximo (90º de amplitude do ângulo).

 

Graus, minutos, segundos


      Neste sistema, cada grau é dividido em 60 minutos, que por sua vez se subdividem, cada um, em 60 segundos. A partir daí, os segundos podem ser divididos decimalmente em frações cada vez menores.

 

Minutos decimais


      Neste sistema, cada grau é dividido em 60 minutos, que por sua vez são divididos decimalmente.

 

Graus Decimais


      Neste sistema, cada grau é dividido em frações decimais. A forma de nomeação difere um pouco dos dois primeiros sistemas: a latitude recebe a abreviatura lat e a longitude, long. Há valores positivos e negativos. Os valores positivos são para o Norte (latitude) e o Leste (longitude) e não recebem um símbolo específico. Os valores negativos são para o Sul (latitude) e o Oeste (longitude), sendo acrescidos do símbolo -.

 

Universal Transversa de Mercator


      Para efeitos de comparação, este sistema usa três dados em vez de dois. O primeiro é o setor do globo terrestre, o segundo é a distância relativa ao centro do meridiano - sempre 500000.00m - e o terceiro é a distância do Pólo Sul (para lugares no Hemisfério Sul) ou da Linha do Equador (para lugares no Hemisfério Norte).

 

Referências

    Por Regis Rodrigues de Almeida

  1. Versão Maior.
  2. Coordenadas geográficas (Maio de 2009). Página visitada em 28 de dezembro de 2010.
  3. coordenadas geográficas. Página visitada em 28 de dezembro de 2010.


3 – CLIMA  E  TEMPO

       O clima (do grego para "inclinação", referindo o ângulo formado pelo eixo de rotação da terra e seu plano de translação) compreende um padrão dos diversos elementos atmosféricos [1] que ocorrem na atmosfera da Terra. Fenômenos como frente frias, tempestades, furacões e outros estão associados tanto às variações meteorológicas preditas pelas leis físicas determinísticas, assim como a um conjunto de variações aleatórias dos elementos meteorológicos (temperatura, precipitação, vento, umidade, pressão do ar) cuja principal ferramenta de investigação é a estatística. As semelhanças em várias regiões da Terra de tipos específicos caracterizam os diversos tipos de clima, para o que são consideradas as variações médias dos elementos meteorológicos ao longo das estações do ano num período de não menos de 30 anos.

 

Definição


      A definição pelo glossário do IPCC é:
      "Clima, num sentido restrito é geralmente definido como 'tempo meteorológico médio', ou mais precisamente, como a descrição estatística de quantidades relevantes de mudanças do tempo meteorológico num período de tempo, que vai de meses a milhões de anos. O período clássico é de 30 anos, definido pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM). Essas quantidades são geralmente variações de superfície como temperatura, precipitação e vento. O clima num sentido mais amplo é o estado, incluindo as descrições estatísticas do sistema global."[2]

 

3.1 – A climatologia e o objeto clima


      A climatologia é uma especialização da pesquisa meteorológica e geográfica dedicada ao estudo e investigação do clima em seus múltiplos aspectos. Nas ciências atmosféricas, a climatologia investiga as causas e as relações físicas entre os diferentes fenômenos climáticos (por exemplo, os fatores de ocorrência de secas, inundações, ondas de calor, fenômenos El Niño/ENSO, e outros). Na geografia, a climatologia é uma ferramenta de entendimento da relação do homem com seu espaço ambiental, particularmente com os fenômenos atmosféricos, do qual ele é paciente (atingido por vendavais, furacões, tornados, tempestades, enchentes e cheias, por exemplo) e causador (poluição, degradação ambiental, mudança climática devido efeito-estufa e outros). Esses dois pontos de vista, meteorológico e geográfico, complementam-se e não podem ser entendidos de forma separada.

 

3.2 – Diferenças entre clima e tempo


      O tempo meteorológico é o tempo atual ou tempo a ser previsto pelos meteorologistas, que se estende no máximo a 15 dias.
            Tempo é o estado da atmosfera num determinado momento, que pode ser interpretado sob as escalas convencionais que podem considerar a atmosfera como quente ou fria, úmida ou seca, calma ou tempestuosa, limpa ou nublada.[1] A maior parte dos eventos meteorológicos ocorre na troposfera,[2][3] a camada mais baixa da atmosfera terrestre. O tempo pode ser referir, geralmente, às mudanças cotidianas na temperatura e na precipitação, onde o clima é o termo empregado para se referir às condições atmosféricas médias ao longo de um período mais prolongado de tempo.[4] Quando o termo é usado sem nenhuma qualificação, "tempo" é entendido como sendo o tempo da Terra.;
      O clima é o conjunto de estados do tempo meteorológico que caracterizam o meio ambiente atmosférico de uma determinada região ao longo do ano. O clima, para ser definido, considera um subconjunto dos possíveis estados atmosféricos e, para tal, requer a análise de uma longa série de dados meteorológicos e ambientais. Por longa série se entende um período de dezenas de anos. A Organização Mundial de Meteorologia (WMO) recomenda 30 anos para a análise climática.
      A concepção original do que é clima foi introduzida através da análise estatística, de longo prazo, considerada, talvez, no fim do século XIX.
      A noção de clima tem mudado ao longo do século XX. Até meados do século XX, o clima era considerado "fixo" na escala de tempo de 30 anos e funcionava como a base da previsão de tempo para as regiões tropicais, então bastante desconhecida. Os trópicos eram considerados regiões onde o tempo meteorológico seria regido pelo clima tropical, isto é, por variações sazonais, por exemplo, as "monções" sazonais, e não pelas variações e flutuações diurnas associadas às passagens de frentes e ou presença de sistemas complexos de tempestades. Assim, o tempo nos trópicos seria apenas perturbado por eventos aleatoriamente distribuídos. A existência de fenômenos como "ondas de leste", sistemas convectivos de tempestades da Zona de Convergência Intertropical (ITCZ) não eram conhecidos.[3]
      Hoje,ainda é mais difícil dar uma definição do clima baseada em períodos de 30 anos, embora séries de dados de 30 anos sejam comuns. Nota-se, que ao longo de amostras da série temporal, podem ocorrer variações do valor médio, indicando variabilidade climática. Parte dessas variações encontradas ao longo das dezenas de anos pode ser atribuída a causas antropogênicas. Por exemplo, os primeiros anos do século XXI têm sido mais quentes que os encontrados anteriormente na segunda metade do século XX.
      Um dos primeiros estudos sobre o clima, proposto por Wladimir Köppen em 1900, fundamentava-se no sentido de clima como fator da dimensão geográfica. Nessa classificação considerava-se a vegetação predominante como uma manifestação das características do solo e do clima da região, permitindo reunir várias regiões do mundo através de semelhanças de sua vegetação, sendo conhecida como "classificação climática de Köppen-Geiger". Em 1931 Charles Warren Thornthwaite introduziu uma nova classificação[4] e em 1948 amplia os estudos através do balanço de água como um fator do clima,[5] que futuramente daria origem à "classificação do clima de Thornthwaite". Emmanuel de Martonne destacou-se no estudo da geomorfologia climática. Seu estudo sobre problemas morfológicos do Brasil tropical-atlântico foi um dos primeiros trabalhos de geomorfologia climática, sendo conhecida a "classificação do clima de Martonne".

 

3.3 – Fatores climáticos


      Os fatores climáticos são os elementos naturais e humanos capazes de influenciar as características ou a dinâmica de um ou mais tipos de climas. Para que sejam compreendidos, precisam ser estudados de forma interdisciplinar pois um interfere no outro. São eles:
  • Pressão atmosférica - variações históricas das amplitudes de pressões endógenas (magma) e exógenas (crosta) do planeta Terra;
  • Órbita - mudanças cronológicas (geológicas e astrofísicas) nas posições das órbitas terrestres (em graus, minutos, segundos, décimos, centésimos e milésimos de segundos) ocasionam maiores ou menores graus de insolação que modificam as variadas ações calorimétricas (ora incidentes ou deferentes) no planeta Terra (dificilmente perceptíveis aos humanos);
  • Latitude - distância em graus entre um local até a linha do equador;
  • Altitude - a distância em metros entre uma cidade localizada em um determinado ponto do relevo até o nível do mar (universalmente considerado como o ponto ou nível médio em comum para medidas de altitudes);
  • Maritimidade - corresponde à proximidade de um local com o mar;
  • Continentalidade - corresponde à distância de um local em relação ao mar, permitindo ser mais influenciado pelas condições climáticas provenientes do próprio continente;
  • Massas de ar - parte da atmosfera que apresenta as mesmas características físicas (temperatura, pressão, umidade e direção), derivadas do tempo em que ficou sobre uma determinada área da superfície terrestre (líquida ou sólida);
  • Correntes marítimas - grande massa de água que apresenta as mesmas características físicas (temperatura, salinidade, cor, direção, densidade) e pode acumular uma grande quantidade de calor e, assim, influenciar as massas de ar que se he sobrepõem;
  • Relevo - presença e interferências de montanhas e depressões nos movimentos das massas de ar;
  • Vegetação - emite determinadas quantias de vapor de água, influenciando o ciclo hidrológico de uma região.
  • A presença de megalópoles ou de extensas áreas rurais, as quais modificaram muito a paisagem natural, como por exemplo a Grande São Paulo, a Grande Rio de Janeiro, Tokkaido, a megalópole renana e Bos-wash, influenciando o clima local.

3.4 – Tipos de clima


Notas

(em inglês) Meteorological Monography, American Meteorological Society (AMS), (195_).
C. Warren Thornthwaite. (Oct., 1931). "The Climates of North America: According to a New Classification". Geographical Review 21 (4): 633–655.
C. Warren Thornthwaite. (Jan., 1948). "An Approach toward a Rational Classification of Climate". Geographical Review 38 (1): 55–94.

 

3.5 – Cidades com cada clima



3.6 – Mudança do clima

     
      O termo mudança do clima, mudança climática ou alteração climática refere-se à variação do clima em escala global ou dos climas regionais da Terra ao longo do tempo. Estas variações dizem respeito a mudanças de temperatura, precipitação, nebulosidade e outros fenômenos climáticos em relação às médias históricas. Tais variações podem alterar as características climáticas de uma maneira a alterar sua classificação didática. Os tipos de classificação para as regiões climáticas são: Classificação do clima de Köppen, Classificação do clima de Thornthwaite e Classificação do clima de Martonne.
      Podem estar em causa mudanças no estado médio da atmosfera em escalas de tempo que vão de décadas até milhões de anos. Estas alterações podem ser causadas por processos internos ao sistema Terra-atmosfera, por forças externas (como, por exemplo, variações na atividade solar) ou, mais recentemente, pelo resultado da atividade humana.
      Portanto, entende-se que a mudança climática pode ser tanto um efeito de processos naturais ou decorrentes da ação humana e por isso deve-se ter em mente que tipo de mudança climática se está referindo.

 

Mudanças do clima em Políticas Oficiais


      O termo Mudança do Clima ou Mudanças Climáticas têm sido utilizado de forma pouco apropriada, pois também é utilizado para indicar as mudanças climáticas atuais, bem como o aquecimento global originado em causas Antropogênicas.

 

Mudança do Clima e a CQNUMC


      Nesse uso mais recente, especialmente no contexto das políticas ambientais, o termo alterações climáticas refere-se freqüentemente apenas às mudanças no clima moderno, incluindo o aumento da temperatura média global na superfície da Terra, conhecida como aquecimento global. É também muitas vezes usado com a presunção de que essas alterações são causadas pela atividade humana, como no contexto da “Convenção Quadro das Nações Unidas para a Mudança do Clima” (CQNUMC), ou “Conferência Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas” (CQNUAC), em Portugal.
      No contexto da CQNUMC, as alterações climáticas são definidas como uma mudança do clima atribuída diretamente ou indiretamente à atividade humana que altera a composição da atmosfera global e que em adição a variabilidade natural do clima é observada sobre longos períodos de tempo. A CQNUMC faz uma distinção entre a "mudança climática" devido à atividade humana alterando a composição da atmosfera e a "variabilidade climática" atribuída a causas naturais.

 

Mudança do Clima e o IPCC


      Segundo o “Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas” (da sigla em inglês IPCC), mudança climática é uma variação a longo prazo estatisticamente significante em um parâmetro climático (como temperatura, precipitação ou ventos) médio ou na sua variabilidade, durante um período extenso (que pode durar de décadas a milhões de anos).
      A mudança climática pode ser causada por processos naturais da própria Terra ou por forças externas, incluindo variações na intensidade da luz solar, ou ainda, mais recentemente, pela ação do homem.[1]

 

Causas


      Embora as mudanças climáticas globais possam ter origem em causas naturais são observadas na atualidade mudanças que podem ter outras causas, essas supostas causas vem sendo explicadas de formas diversas e a partir de diferentes perspectivas. Não há, no entanto, uma teoria comprovada capaz de concluir o que realmente está provocando o aquecimento global que é, sem dúvida, um fato.
      Entre as causas comprovadas e as prováveis encontram-se as seguintes:

 

Causas Naturais


      O fenômeno da mudança do clima é um evento que pode acontecer de forma natural. Assim, esse fenômeno pode ter causas com origem externa, de fora do planeta, bem como origem terrestre.

 

Influência externa


      Dentre as causas com origem fora do globo terrestre temos as causas com origens solares, que vão desde a variação da energia solar que chega a terra até a variação da própria órbita terrestre.
 
 Ciclo solar

      A temperatura da terra depende do sol, que emite radiação em direção ao planeta. Esta radiação é a radiação solar, que em parte é refletida para o espaço e o restante é absorvido pela terra em forma de calor. Esta energia não chega à terra de maneira uniforme, apesar do sol ser uma estrela de classe G e ser muito estável, essa energia aumenta cerca de 10% a cada um bilhão de anos, ou seja, no início da vida na terra, quase quatro bilhões de anos atrás, a energia do sol era em torno de 70% da atual.
      Outro tipo de variação da radiação solar ocorre em decorrência dos ciclos solares, que são mais importantes que a primeira, no que diz respeito à mudança do clima terrestre, visto que essa variação é uma oscilação e não somente um crescente e ocorre em períodos mais curtos.
      O Ciclo Solar é a variação de intensidade do vento solar e do campo magnético solar. Estudos de Heliosismologia comprovaram a existência de "vibrações solares", cuja freqüência cresce com o aumento da atividade solar, acompanhando o ciclo solar que dura em média de 11 anos com mudança no ritmo das erupções, além da movimentação das estruturas magnéticas em direção aos pólos solares. Tais mudanças resultam em ciclos de aumento da atividade geomagnética da Terra e da oscilação da temperatura do plasma ionosférico na estratosfera de nosso planeta.
 
Variação orbital

      Também é causa de mudança climática o fenômeno astronômicos variação orbital, ou seja, o aumento, ou diminuição, das radiações solares devido às variações no movimento da Terra em relação ao sol. Apesar da variação radiação solar pelos ciclos solares e pelo aumento gradual ao longo de bilhões de anos resultar em certa estabilidade, o mesmo não podemos dizer das variações da órbita terrestre. A variação orbital ocorre periodicamente, fazendo com que a radiação solar chegue de forma diferente em cada hemisfério terrestre de tempos em tempos. Esta variação provoca as variações glaciares que são períodos de longos verões e longos invernos. Os Fatores que causam essa variação são três: a precessão dos equinócios, a excentricidade orbital e a Inclinação do eixo terrestre.
 
 Impactos de meteoritos

      Impactos de meteoritos (de grandes proporções) são eventos raros, mas também podem modificar o clima na terra. Impactos de grandes proporções podem modificar profundamente a biosfera.
      O último evento deste tipo foi denominado Extinção K-T e ocorreu há mais ou menos sessenta e cinco milhões de anos atrás. Eventos assim podem desencadear uma série de tragédias ecológicas[2]. Com o impacto, detritos podem ser arremessados até o espaço e entrarem na órbita da Terra, onde ficariam por algum tempo e só depois cairiam. Ocorreriam incêndios em escala global e a liberação de grandes quantidades de gás carbônico (CO2) na atmosfera causando o efeito estufa. Com o calor, as moléculas de nitrogênio e oxigênio se quebrariam e se combinariam com o hidrogênio formando o ácido nítrico (HNO3). Sucederiam-se então longos períodos de chuva ácida, prejudicando ainda mais a vida terrestre. Paralela e consecutivamente, o aumento da acidez e da temperatura dos oceanos afetaria gravemente os ecossistemas marinhos.

 

Influência Interna


      As causas com origem interna são as mais variadas, dentre elas temos.
 
Deriva dos continentes

      Mudanças ou deriva dos continentes aproximando ou afastando-se dos pólos. A movimentação das placas tectônicas (geofísica 2 cm ano), sobre a astenosfera, ocorre algo em torno de centímetros por ano, o que poderia provocar um distúrbio na atmosfera. Os movimentos orogenéticos de formação de montanhas também poderiam estar prejudicando a circulação dos ventos.
 
El Niño e La Niña
     
       Os fenômenos “El Niño” e “La Niña” são mudanças na temperatura da água de partes do Oceano Pacífico. A mudança da temperatura das águas influencia a intensidade dos Ventos Alísios que pode fazer com que massas de água quente, e massas de ar também, se desloquem no Pacífico de forma diferente dos registros das médias históricas.
      As Variações de intensidade dos Ventos Alísios influenciam a pressão atmosférica no oceano, afetando vários fenômenos climáticos em todo o mundo.
 
Esfriamento global e glaciações

      O esfriamento global ou arrefecimento global (em Portugal), é uma teoria de que ocorrerá um resfriamento total da superfície terrestre iniciando uma nova era glacial, ou seja, uma nova glaciação.
      Os cientistas defensores desta teoria prevêem que, entre os anos de 2012 a 2015, a temperatura global da Terra começaria uma lenta redução, que alcançaria os níveis mínimos entre 2055 e 2060. Esse período de esfriamento duraria pelo menos 50 anos e que, até o século XXII, a Terra começaria novamente outra fase de aquecimento global.
      As glaciações provocaram grandes mudanças no relevo continental e no nível do mar. Quando a temperatura global diminui ocorre, como conseqüência, o aumento das geleiras ou seja, as baixas temperaturas provocam o congelamento da água nos pólos aumentando a quantidade de gelo nas calotas polares.
      Outra conseqüência é o rebaixamento eustático do nível dos oceanos devido à retenção de água nos pólos. O Oceano se afasta da linha da costa, das praias, por exemplo, expondo grandes extensões de terra e ligando ilhas e continentes entre si, formando as chamadas pontes terrestres.
      Entre os períodos glaciais há os períodos interglaciais em que a temperatura da Terra se eleva. O período em que vivemos é um interglacial.
 
Vulcanismo

      A atmosfera carregada de pó vulcânico prenderia a radiação terrestre, aumentando a temperatura na superfície da Terra. Entretanto, objetiva-se que o tamanho das partículas não é suficientemente pequeno para barrar a radiação e tais poeiras teriam que permanecer por muitos anos em suspensão, o que é altamente improvável.

 

Causas Antropogênicas

 

Emissão de gases do efeito estufa

 
      A maioria dos cientistas atribui aos gases do efeito estufa como o gás carbônico, que em excesso, aumentaria a temperatura, retendo mais calor. Entretanto, podemos notar que noutros lugares, o que retém calor é o vapor de água. Outros dizem o contrário sobre o gás carbônico, que o seu aumento na atmosfera reduziria a incidência solar e, conseqüentemente, abaixaria a temperatura.
      Alguns factores antropogénicos que adicionam a um aumento no dióxido de carbono incluem o desmatamento, a queimada dos combustíveis fósseis e o cultivo do gado[3].

 

Referências

 

2.  Ronald G. Prinn e Bruce Fegley Jr. (1987), Bolide impacts, acid rain, and biospheric traumas at the Cretaceous-Tertiary boundary (Impacto de asteróide, chuva ácida e traumas biosféricos na passagem do Cretáceo para o Terciário), Earth and Planetary Science Letters, n. 83, p. 1-15 (em inglês)




4 – VEGETAÇÃO

      Vegetação é um termo geral para a vida vegetal de uma região; isso se refere às formas de vida que cobrem os solos, as estruturas espaciais ou qualquer outra medida específica ou geográfica que possua características botânicas. É mais amplo que o termo flora, que se refere exclusivamente à composição das espécies. É o conjunto de plantas nativa de certo local que se encontram em qualquer área terrestre, desde que nesta localidade haja condições para o seu desenvolvimento. Tais condições são: luz, calor, umidade e solos favoráveis, nos quais é indispensável a água.
      Além de possibilitar a existência da vegetação, esses fatores também condicionam suas características. A vegetação suporta funções críticas na biosfera, em todas as possíveis escalas espaciais. Primeiro, a vegetação regula o fluxo de numerosos ciclos biogeoquímicos (ver biogeoquímica), mais criticamente as de água, de carbono e nitrogênio, além de ser um fator importante nos balanços energéticos. Esses ciclos são importantes não somente para os padrões globais de vegetação, mas também para os de clima. Em segundo lugar, a vegetação afeta as características do solo, incluindo seu volume, sua química e textura, por meio da produtividade e da estrutura da vegetação. Vegetação é também extremamente importante para a economia mundial, em especial no uso de combustíveis fósseis como fonte de energia, mas também na produção mundial de alimentos, madeira, combustível e outros materiais.
      Talvez o mais importante, e muitas vezes esquecido, na vegetação global (incluindo algas comunidades) tem sido a principal fonte de oxigênio na atmosfera, permitindo que o sistema de metabolismo aeróbico evolua e persista. Finalmente, a vegetação é psicologicamente importante para o homem, que evoluiu quando em contato direto com a dependência da vegetação, através de alimento, abrigo e remédios.

  
    Grande parte do trabalho sobre a classificação vegetativa provém de ecologistas europeus e norte-americanos, e eles possuem diferentes abordagens. Na América do Norte, os tipos de vegetação são baseados em uma combinações dos seguintes critérios: clima padrão, comportamento do vegetal, fenologia e/ou formulário do crescimento, e espécies dominantes. Na Europa, a classificação baseia-se frequentemente, por vezes inteiramente, na atenção em relação à composição florística (espécie) sozinha, sem referência explícita ao clima, ao crescimento de fenologia ou outras formas. Na forma da América, os níveis hierárquicos, da forma mais geral à mais específica, são os seguintes: sistema, classe, subclasse, grupo, formação, aliança, associação.
      Os vegetais necessitam de quantidades de água ou umidade variáveis. Dessa forma, pode se classificar três tipos de vegetação quanto à umidade:

  • Vegetação xerófila: Vegetação adaptada à aridez. Possui raízes compridas, aprofundando-se bastante no solo para buscar água. Apresenta folhas pequenas e muitas vezes cobertas de ceras, para diminuir a evaporação (perda de água). Possuem também, folhas em forma de espinhos para diminuir a evaporação. Exemplo: Caatinga.
  • Vegetação tropófila: Vegetação adaptada à variações de umidade, segundo a estação, seca ou chuvosa. As plantas são de características caducifólias (plantas que perdem as folhas em estações secas ou frias). Exemplo: Cerrados

Estrutura


      A principal característica da vegetação mundial é a sua estrutura tridimensional, por vezes referida como a sua fisionomia, ou arquitetura. A maioria das pessoas tem uma compreensão dessa idéia através da sua familiaridade com termos como "selva", "mata", "pradaria" ou "várzea"; estes termos evocam uma imagem mental de como é essa aparência vegetacional. Então, "prados" são relvadas, "região tropical" são densas florestas tropicais do mundo, "regiões altas e escuras", savanas de árvores com paisagem coberta de ervas, etc.
      Obviamente, uma floresta tem uma estrutura muito diferente da de um deserto ou um quintal gramado. Os escologistas possuem uma visão de estrutura em níveis mais detalhados do que isso, mas o princípio é o mesmo. Assim, uma floresta nunca é completamente igual a outra em relação á sua estrutura; as florestas tropicais são muito diferentes das florestas da savana, que diferem das florestas do alpino. As florestas subtropicais brasileiras, por exemplo, possui suas diferenças se comparadas às florestas tropicais, etc.
      A estrutura é determinada por uma combinação de interação em fatores históricos e ambientais, e de composição de espécies. Entre a formação da estrutura, conta principalmente a distribuição de vegetais, a altitude e, algumas vezes o clima.

4.1 – VEGETAÇÃO DO BRASIL

      A Vegetação do Brasil envolve o conjunto de formações vegetais distribuídas por todo o território brasileiro.
    
     O Brasil possui diferentes tipos de vegetação. Os principais são: a Floresta Amazônica no norte, a Mata dos Cocais no meio-norte, a Mata Atlântica desde o nordeste até o sul, a Mata das Araucárias no sul, a Caatinga no nordeste, o Cerrado no centro, o Complexo do Pantanal no sudoeste, os campos no extremo sul com manchas esparsas em alguns estados do país e a vegetação litorânea desde o Amapá até Rio Grande do Sul.

 

Formações florestais

 

Floresta Amazônica


      Também conhecida como Hiléia ou floresta latifoliada equatorial, recobre cerca de 49,29% do território nacional, estendendo-se pela Amazônia e parte das regiões Centro-Oeste e Nordeste. Constitui uma das mais extensas áreas florestais do mundo.
      Muito densa e fechada, com grande variedade de espécies, a Floresta Amazônica caracteriza-se por grande umidade, altos índices de chuva, elevadas temperaturas e pequena amplitude térmica. O nome latifoliada deriva do latim (lati = "largo") e indica a predominância de espécies vegetais de folhas largas.[1]
      Acompanhando essa floresta há uma emaranhada rede de rios, que correm num relevo onde predominam terras baixas (planícies e baixos-planaltos). Os solos são, em geral, pouco férteis.
      Apesar de sua aparente uniformidade, a Floresta Amazônica abriga três tipos de associações, assim divididas:

  • mata de igapó: constantemente inundada, é formada principalmente por palmeiras e árvores não muito altas, emaranhadas por cipós e lianas. É bastante rica em espécies vegetais;
  • mata de várzea: mais compacta, sofre inundações periódicas (cheias). Apresenta árvores maiores, sobressaindo as seringueiras, por seu valor econômico;
  • mata de terra firme: pouco inundada, é a que apresenta árvores mais altas. Nela são comuns o castanheiro, o guaraná e o caucho.
      As queimadas para a abertura de pastos, instalação de fazendas para criação de gado e plantações de diversos produtos agrícolas, os desmatamentos para retirada de madeira e a mineração são os principais impactos provocados pela ocupação humana na Amazônia.
      A Floresta Amazônica é uma verdadeira farmácia natural ao ar livre, cujas árvores, cipós e outras espécies fornecem remédios para todos os males do corpo humano, desde doenças do coração até diabetes. Por isso tem sido cobiçada pelos maiores laboratórios do mundo, que têm extraído dela uma infinidade de medicamentos.

 

Mata dos Cocais


      Abrange predominantemente os estados do Maranhão e Piauí (Meio-Norte), mas distribui-se também pelo Ceará, Rio Grande do Norte e Tocantins. Está numa zona de transição entre os ecossistemas da Floresta Amazônica e da caatinga. É classificada como uma formação florestal, mas, na realidade, constitui uma formação vegetal secundária, por seu acentuado desmatamento. Nesse ecossistema predominam dois tipos de palmeira muito importantes para a economia local:[2]

  • Babaçu, de cuja amêndoa se extrai o óleo; as folhas são usadas para a cobertura de casas e o palmito como alimento para o gado. Um rico artesanato emprega suas fibras para confeccionar esteiras, cestos e bolsas. Da casca do côco, podem ser retirados o alcatrão e o acetato.
  • Carnaúba, cujo produto mais conhecido é a cera. Como tudo dessa palmeira pode ser aproveitado (folhas, caule, fibras), o nordestino denominou-a "árvore da providência".
      Na Mata dos Cocais, as altas temperaturas são constantes. As pastagens representam o principal impacto ambiental nesse ecossistema.

 

Mata Atlântica


      Estende-se desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, junto ao litoral, quase sem interrupções. Predominando em regiões de clima quente e úmido, com verões brandos, surge nas encostas das serras litorâneas. Topograficamente, surge em serras elevadas (escarpas do Planalto Atlântico) em formas arredondadas, chamadas "mares de morros". Esta formação vegetal apresenta-se muito densa, emaranhada e com grande variedade de vegetais hidrófilos (adaptados a ambientes úmidos) e perenes.[3]

      Devido à sua localização geográfica é a formação vegetal brasileira que mais devastações sofreu, principalmente em trechos menos elevados do relevo. Esse impacto ambiental é uma das consequências da intensa urbanização e industrialização que ocorreram no Brasil.[3]

 

 

Mata Intermediaria


      É a mesma floresta úmida da encosta, mas se desenvolve nas vertentes das serras, à retaguarda do mar, não influenciadas diretamente pela umidade marítima. Muito densa, apresenta espécies bastante altas e de troncos grossos. No entanto, quando se desenvolve em solos areníticos, ou de calcário, o aspecto da floresta modifica-se completamente: ela se torna menos densa, com árvores mais baixas e de troncos finos. Quase inteiramente devastada, por possuir solos férteis para a agricultura, restam, de sua formação original, apenas, alguns trechos esparsos.
      O nome latifoliada deriva do latim (lati = "largo") e indica a predominância de espécies vegetais de folhas largas.

 

Mata de Araucária


      Predominando em regiões de clima subtropical e tropical de altitude, que apresentam regular distribuição das chuvas por todos meses do ano, estende-se desde o sul de São Paulo até o norte do Rio Grande do Sul, em trechos mais íngremes do relevo (Campos do Jordão, por exemplo). É muito comum no planalto Meridional, nos estados do Paraná e Santa Catarina.[4]
      O nome aciculifoliada vem do latim (aciculi = "pequena agulha") e indica o predomínio de espécies que apresentam folhas pontiagudas. Destaca-se a Araucaria angustifolia, mais conhecida como pinheiro-do-paraná, mas aparecem ainda outras espécies, como a imbuia, o cedro, o ipê e a erva-mate.
    Os solos em que se desenvolve, em geral de origem vulcânica, são mais férteis que os das áreas tropicais o que explica a grande devastação sofrida por essa vegetação para o aproveitamento agrícola.
      Além dessas formações florestais aparecem ainda no Brasil alguns outros subtipos, merecendo destaque a mata dos Cocais e as matas galerias ou ciliares.
      A mata dos Cocais é uma formação de transição entre a Floresta Amazônica e a Caatinga, abrangendo áreas do Maranhão, Piauí e Tocantins. O babaçu é a espécie predominante.
      As matas galerias ou ciliares são florestas que se desenvolvem ao longo dos cursos de água, cuja umidade as mantém. Praticamente devastadas pela ocupação humana, restringem-se a trechos do cerrado ou dos campos do Rio Grande do Sul.
      Calcula-se que 5% da área original dos pinheirais esteja preservada. A retirada da madeira, para a produção de móveis e papel de jornal, e a agropecuária são os principais fatores de sua devastação acentuada e complexa .

 

Formações complexas

 

Cerrado


      Depois da Floresta Amazônica, é a formação vegetal brasileira que mais se espalhou, predominando no planalto Central, mas aparecendo também como manchas esparsas em outros pontos do país (Amazônia, região da caatinga do Nordeste, São Paulo e Paraná), recobrindo mais de 20% do território nacional. Predomina em áreas de clima tropical, com duas estações: verão chuvoso e inverno seco.[5]
      Não é uma formação uniforme, o que permite identificar duas áreas: o cerradão e o cerrado propriamente dito. No cerradão existem mais árvores que arbustos. No cerrado, bastante ralo, aparecem poucos arbustos e árvores baixas, de troncos sinousos e casca espessa, que apresentam galhos retorcidos, com folhas muito duras; entre as árvores e os arbustos, espalha-se uma formação contínua de gramíneas altas.
      
      O cerrado espalha-se pelos chapadões e por algumas escarpas acentuadas.
      Dentre os fatores que explicam a fisionomia do cerrado, além da escassez de água, destacam-se a profundidade do lençol freático e a natureza dos solos, ácidos e com deficiências minerais.
      A expansão agropecuária, os garimpos, a construção de rodovias e cidades como Brasília e Goiânia, são os principais aspectos provocados pela ação humana, que reduziram esse ecossistema a pequenas manchas distribuídas por alguns estados brasileiros.
      O cerrado foi declarado "Sítio do Patrimônio Mundial" pela Unesco em 13 de dezembro de 2001.

 

Caatinga


      Predominando na região de clima semi-árido do Nordeste é uma formação vegetal tipicamente xerófita, ou seja, adaptada à escassez de água. É uma vegetação esparsa, que se espalha pelos maciços e tabuleiros, por onde correm rios, em geral intermitentes.[6]
      Desenvolvendo-se em solos quase rasos e salinos, apresenta-se muito heterogênea: em alguns trechos, predominam árvores esparsamente distribuídas; em outros, arbustos isolados; e em outros, ainda, apenas capões de gramíneas altas.

      A falta de água impõe múltiplas adaptações aos vegetais na caatinga, que vão desde a perda das folhas na estação mais seca até o aparecimento de longas raízes, em busca de lençois subterrâneos de água. Entre as principais espécies de árvores, estão o juazeiro, o angico, a barriguda, e, entre os arbustos, as cactáceas, como o xiquexique e o mandacaru.
      Atualmente, a Caatinga vem sendo agredida ao sofrer o impacto da irrigação, drenagem, criação de pastos, latifúndios e da desertificação.

 

Pantanal


      Ocupando a planície do Pantanal Mato-Grossense, é uma formação mista que apresenta espécies vegetais próprias das florestas, dos campos, dos cerrados e até da caatinga.[7]
     
      Podem-se identificar nessa formação três áreas diferenciadas: as sempre alagadas, nas quais predominam as gramíneas; as periodicamente alagadas, nas quais se destacam diversos tipos de palmeiras (buritis, paratudos e carandás); e as que não sofrem inundações e são mais densas, aparecendo nelas o quebracho e o angico.

 

Formações campestres

 

Campos meridionais:


      Formações de campo limpo, ou seja, constituídos predominantemente por gramíneas, aparecem em manchas esparsas, a partir da latitude de 20ºS. Em São Paulo, no Paraná e em Santa Catarina recebem a denominação de campos do planalto; no Rio Grande do Sul, são conhecidos como campos da Campanha ou Campanha Gaúcha; e em Mato Grosso do Sul, onde aparecem em trechos esparsos, são chamados de campos de vacaria. No sudoeste do Rio Grande do Sul, os campos meridionais surgem num relevo dominado por colinas suaves e de vertentes pouco acentuadas conhecidas como coxilhas.

 

Campos sujos:

     

      Apresentam uma emaranhada mistura de gramíneas e arbustos, geralmente decorrente da degradação dos cerrados. Seus limites são bastante indefinidos.

 

 

Campos da Hiléia:

      Conhecidos como campos da várzea, caracterizam-se por serem inundados na época das cheias. Aparecem no baixo Amazonas e em trechos do estado do Pará, principalmente na parte oeste da ilha de Marajó.

 

 

Campos serranos:

 

Surgem em porções mais elevadas do território nacional, em pontos onde o relevo ultrapassa 1.500 m, como nas serras da Bocaina e do Itatiaia. Menos densos que as outras formações campestres, apresentam algumas espécies vegetais adaptadas à altitude.

 

Formações litorâneas

 

Manguezais


      Ocupam porções mais restritas do litoral, em reentrâncias da costa, onde as águas são pouco movimentadas, como os pântanos litorâneos, os alagadiços e as regiões inundadas pela maré alta. Neles predominam vegetações halófitas (que se adaptam a ambientes salinos), com raízes aéreas e respiratórias, dotadas de pneumatóforos que lhes permitem absorver o oxigênio mesmo em áreas alagadas. Conforme a topografia e a umidade do solo, é possível distinguir o mangue-vermelho, nas partes mais baixas, o mangue-siriúba, onde as inundações são menos freqüentes; e o mangue-branco, em solos firmes.

 

Formações dos litorais arenosos


      As praias e as dunas aparecem em vastas extensões de nosso litoral e nelas surgem formações herbáceas e arbustivas. Nas praias, essas formações são pouco densas, mas, nas dunas, são relativamente compactas. Geralmente, entre o litoral arenoso e a serra aparece também o jundu, formação de transição da floresta ao solo salino, ao alcançar o litoral.

 

Domínios florestados


      A paisagem natural brasileira vem sofrendo sérias devastações, diminuindo sua extensão territorial e sua biodiversidade.
      A Amazônia, desde muito tempo, sofre com as queimadas, efetivadas para práticas agrícolas, apesar de seu solo não ser adequado a tais atividades. Com as queimadas, as chuvas, constantes na região, terminam por atingir mais intensamente o solo (antes protegido pelas copas das árvores), que, conseqüentemente, sofre lixiviação, perdendo seu húmus, importante para a fertilidade da vegetação. Intenso desmatamento também é realizado na região para mineração e para extração de madeira.
      Também a Mata Atlântica, imprópria para a agricultura e para a criação de gado, sofre agressões antrópicas, principalmente na caça e pesca predatórias, nas queimadas e na poluição industrial. Em função disso, o governo federal estabeleceu que a Chapada Diamantina seria uma área de preservação ambiental.
      Sofrem ainda o Pantanal, os manguezais e as araucárias.

 

Domínio amazônico


      Situado, em sua maior parte, na região Norte do país, o domínio amazônico compõe planaltos, depressões e uma faixa latitudinal de planície e apresenta vegetação perenifólia, latifoliada (de folhas largas), rica em madeira de lei e densa, o que impede a penetração de cerca de 95% da luz solar no solo e, portanto, o desenvolvimento de herbáceas.
      No verão, quando a Zona de convergência intertropical se estabelece no sul do país, os ventos formados no anticiclone dos Açores são levados pelo movimento dos alísios ao continente e, ao penetrá-lo, assimila a umidade proveniente da evapotranspiração da Floresta Amazônica. Essa massa de ar úmida é chamada de massa equatorial continental, sendo responsável pelo alto índice pluviométrico da região. Além de úmida, a Floresta Amazônica também é quente, apresentando, em função de sua abrangência latitudinal, clima equatorial.
No inverno, quando a Zona de convergência intertropical se estabelece no norte do país, a massa polar atlântica, oriunda da Patagônia, após percorrer o longo corredor entre a Cordilheira dos Andes e o Planalto Central, chega à Amazônia seca, porém ainda fria, o que ocasiona friagem na região e, com isso, diminuição das chuvas.
      A vegetação da Amazônia, além de latifoliada e densa, possui solo do tipo latossolo pobre em minerais e uma grande variedade de espécies, geralmente autofágicas, em virtude da grande presença de húmus nas folhas. Observa-se a presença de três subtipos: a mata de terra firme, onde nota-se a presença de árvores altas, como o guaraná, o caucho (do qual se extrai o látex) e a castanheira-do-pará, que, em geral, atinge 60 metros de altura, a mata de igapó, localizada em terras mais baixas, zonas alagadas pelos rios e onde vivem plantas como a vitória-régia, e a mata de várzea, onde se encontram palmeiras, seringueiras e jatobás.

 

Domínio do cerrado


      Localizado, em sua maior parte, na porção central do país,o Cerrado constitui, em geral, uma vegetação caducifólia, ou seja, as plantas largam suas folhas sazonalmente para suportar um período de seca, exatamente porque o clima da região é o tropical típico, com duas estações bem definidas (típicas): verão úmido e inverno seco.
      A umidade do verão se deve principalmente à atuação da massa tropical atlântica, úmida, por se formar no arquipélago dos Açores, e quente, em função da tropicalidade.
      Na região encontram-se ainda os escudos cristalinos do Planalto Central.

 

Domínio da caatinga


      A Caatinga está localizada na região Nordeste, apresentando depressões e clima semi-árido, caracterizado pelas altas temperaturas e pela má distribuição de chuvas durante o ano.
      A massa equatorial atlântica, formada no arquipélago dos Açores, ao chegar ao Nordeste, é barrada no barlavento do Planalto Nordestino (notadamente Borborema, Apodi e Araripe), onde ganha altitude e precipita (chuvas orográficas), chegando praticamente seca à Caatinga.
      Apesar de sua aparência, a vegetação da Caatinga é muito rica, variando a maioria delas conforme a época de chuvas e conforme a localização. Muitas espécies ainda não foram catalogadas. As bromélias e os cactos são as duas principais famílias da região, destacando-se os mandacarus, os caroás, os xique-xiques, as macambiras e outras mais.

 

Domínio dos mares de morros


      Localizado em grande parte da porção leste, o domínio dos mares de morros é assim chamado por causa de sua forma, oriunda da erosão, gerada principalmente pela ação das chuvas.
      Encontram-se na região a floresta tropical, Mata Atlântica ou mata de encosta, caracterizada pela presença de uma grande variedade de espécies, a planície litorânea, largamente devastada, onde ainda se destacam as dunas, os mangues e as praias, e serras elevadas, como a Serra do Mar, a Serra do Espinhaço e a Serra da Mantiqueira.
      No litoral do Nordeste, encontra-se o solo de massapê, excelente para a prática agrícola, sendo historicamente ligado à monocultura latifundiária da cana-de-açúcar.
      Apresenta clima tropical típico e tropical litorâneo, caracterizado pela atuação da massa tropical atlântica, formada no arquipélago de Santa Helena.

 

Domínio das araucárias


      As araucárias se estendiam a grandes porções do Planalto Meridional, mas, por causa da intensa devastação gerada para o desenvolvimento da agropecuária e do extrativismo, hoje só são encontradas em áreas reflorestadas e áreas de preservação.
      Abrange planaltos e chapadas, constituindo uma vegetação aciculifoliada (folhas em forma de agulha), aberta e rica em madeira mole, utilizada na fabricação de papel e papelão.
      Destaca-se ainda na região o solo de terra roxa, localizado em praticamente toda porção ocidental da região sul, sudoeste de São Paulo e Sul do Mato Grosso do Sul. Altamente fértil e oriundo da decomposição de rochas basálticas, o solo de terra roxa, foi largamente utilizado no cultivo do café.
      Apresenta clima subtropical, caracterizado por chuvas bem distribuídas durante todo o ano, por verões quentes e pela atuação da massa polar atlântica, responsável pelos invernos frios, marcados pelo congelamento do orvalho (geada).

 

Domínio das pradarias


      Localizado no extremo sul do Brasil, também apresenta clima subtropical, sendo portanto marcado pela atuação da massa polar atlântica.
      Abrange os pampas, Campanha Gaúcha ou Campos Limpos, marcados pela presença do solo de brunizens, oriundo da decomposição de rochas sedimentares e ígneas, o que possibilita o desenvolvimento da agricultura e principalmente da pecuária bovina semi-extensiva.
      É notável também a presença de coxilhas (colinas arredondadas e ricas em herbáceas e gramíneas) e das matas-galerias nas margens dos rios.

 

Referências

  1. Sua Pesquisa. Floresta Amazônica. Página visitada em 18 de janeiro de 2012.
  2. Eduardo de Freitas. Mata dos cocais. Brasil Escola. Página visitada em 18 de janeiro de 2012.
  3. a b Educar. Mata Atlântica. Página visitada em 18 de janeiro de 2012.
  4. InfoEscola. Mata de Araucárias. Página visitada em 18 de janeiro de 2012.
  5. Portal Brasil. Cerrado Brasileiro. Página visitada em 18 de janeiro de 2012.
  6. Brasil Escola. Caatinga. Página visitada em 18 de janeiro de 2012.
  7. Brasil Turismo. Pantanal - Mato Grosso do Sul. Página visitada em 18 de janeiro de 2012.

5 – FORMAÇÃO DA TERRA

     
       Há cerca de 4,5 bilhões de anos surgiu o sistema solar, do qual faz parte o planeta Terra, mas apenas se conhece com alguma exatidão a história dos últimos 600 milhões de anos, uma vez que são praticamente desconhecidas as condições existentes na Terra durante o primeiro bilhão de anos, antes da consolidação da crosta terrestre.
      Inicialmente todos os continentes formavam um supercontinente, a Pajeia, há 250 milhões de anos. A separação dos continentes só veio a acontecer há 150 milhões de anos. A América do Sul, a África e a Índia eram ilhas há 50 milhões de anos. A geografia atual dos continentes é um fenômeno que data de há 40 milhões de anos.
      Mediante achados arqueológicos e os registros de civilizações antigas, os historiadores conseguem reunir algumas informações que lhes permitem recuar até 6 000 a. C.; contudo os Geólogos podem reconstituir este passado longínquo com algum detalhe até 600 milhões de anos antes da era de Cristo, a partir do estudo das rochas e de fósseis de plantas e animais nelas escondidos.
      Apesar da falta de informações sobre os 3 bilhões de anos após a consolidação da crosta terrestre, as primeiras formas de vida (algas e animais marinhos invertebrados) ter-se-ão desenvolvido no decurso de milhões de anos antes que os seus restos fossilizados fossem preservados nas rochas.
      Os primeiros vertebrados, que não passavam de tipos primitivos pisciformes, só apareceram passados 100 milhões de anos. As plantas na Terra terão surgido há cerca de 400 milhões de anos e os animais anfíbios há 350 milhões de anos.  Os mamíferos, família da qual faz parte o Homem, têm à volta de 250 milhões de anos. O Homem é ainda muito mais recente, apareceu apenas no último milênio.
      A evolução da vida no planeta foi um processo com algumas interrupções. Algumas plantas e animais evoluíram para desaparecer milhões de anos mais tarde, enquanto outros espécimes resistiram quase sem sofrer grandes mutações.
      Fortes perturbações na crosta terrestre provocaram profundas mudanças no clima e na geografia influenciando de forma decisiva a evolução da vida e a distribuição da fauna e da flora. Estes profundos distúrbios são responsáveis pela distinção das quatro eras geológicas: a Proterozóica (início da vida); a Paleozóica (vida primitiva); a Mesozóica (vida intermediária) e a Cenozóica (vida moderna).
      Mesmo em cada uma destas eras registram-se ocorrências na crosta da terra que, de um modo menos abrupto, interrompem a seqüência geológica. As rochas formadas nos períodos entre esses distúrbios são agrupadas em sistemas diferentes, a maioria dos quais recebe o nome das áreas onde as rochas foram estudadas.
      Os elementos recolhidos através do exame cuidado das rochas e dos fósseis são reveladores da evolução da vida vegetal e animal, além de nos fornecerem dados sobre os oceanos, os rios, os continentes e as mutações climatéricas.


Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$formacao-da-terra>.

 

Composição e movimentos

        A Terra é formada basicamente por três camadas: crosta, manto e núcleo. A crosta é a parte mais superficial, onde vivem as pessoas. O manto, região intermediária, constitui-se principalmente de silício, ferro e magnésio. O núcleo, camada mais interna, compõe-se por ferro e níquel e localiza-se a cerca de 6. 500 km abaixo da superfície. O movimento de rotação da Terra em torno do próprio eixo é feito no sentido oeste para leste. Dura cerca de 23h 56min 4s e é responsável pelo dia e pela noite. O de translação ao redor do Sol é feito em aproximadamente 365 dias 5h 48min 45,97s. O eixo de rotação é inclinado em relação ao plano da órbita (chamada elíptica) em 23º 27'. Essa inclinação provoca alterações na insolação dos diferentes hemisférios terrestres ao longo do ano, produzindo o fenômeno das quatro estações.

 

Núcleo


      O núcleo, com cerca de 3400 km de raio, é formado por Origem da Terra e por uma liga metálica constituída principalmente de ferro e níquel a uma temperatura por volta de 3500º C. Sua consistência é líquida, mas supõe-se que mais no interior exista um núcleo sólido.

 

Manto


      O manto é uma grossa camada rochosa, com cerca de 2900km de espessura, que envolve o núcleo e que compõe a maior parte da massa terrestre. É formado principalmente por silício e magnésio. Sua consistência é pastosa e está em constante movimentação. A lava que sai dos vulcões é constituída pelo magma (Origem da Terra derretidas) proveniente do manto.

 

Crosta Terrestre


      É a parte externa consolidada do globo terrestre.
      É reconhecida duas zonas que formam a crosta nas regiões continentais. A primeira zona é a superior, chamada de sial (devido ao predomínio de Origem da Terra graníticas, ricas em silício e alumínio). A zona inferior é conhecida por sima, pelo fato de se acreditar que nesta porção da crosta haja a predominância de silicatos de magnésio e ferro.
      Acredita-se que a espessura da crosta (sial + sima) se encontre numa profundidade média de 35 - 50 Km. Esse dado foi conseguido indiretamente, através de estudos modernos na área da geofísica.
      Supõe-se que os substratos dos oceanos sejam compostos pelo sima, devido ao fato do sial granítico se adelgar até desaparecer nas margens dos continentes.
      As extensas porções de água - a hidrosfera - isolam regiões mais elevadas da crosta, formando os continentes.
      A crosta terrestre é subdividida em placas - as placas tectônicas. Sobre elas estão apoiados os continentes. Essas placas estão em constante movimento, impulsionadas pelas correntes do manto. Portanto, os continentes se deslocam sobre o magma, como se estivessem flutuando. Esse fenômeno é chamado deriva continental.
      No passado essa movimentação provocou a formação de cordilheiras e grandes conjuntos montanhosos. Atualmente, nos limites que separam as placas tectônicas em movimento situam-se regiões sujeitas a terremotos e erupções vulcânicas.
      A deriva continental é quase imperceptível: poucos centímetros por ano. Mas como a Terra existe há muitos milhões de anos, a posição dos continentes mudou várias vezes no decorrer desse tempo.
      Há evidências que indicam a inexistência da crosta em determinados planetas. Isso é mostrado através de observações sísmicas realizadas à superfície da Lua e Marte.
      A crosta terrestre é formada por Origem da Terra, ou seja, agregados naturais de um ou mais minerais, incluindo vidro vulcânico e matéria orgânica. Observam-se três tipos de Origem da Terra de acordo com sua gênese: Origem da Terra magmáticas, metamórficas e sedimentares. A petrologia responsabiliza-se pelo estudo sistemático das Origens da Terra.
      Através de pesquisas, realizou-se um balanço sobre a percentagem em que são encontradas as Origens da Terra (magmáticas, metamórficas e sedimentares) na crosta terrestre.
      Proporção aproximada das Origens da Terra que ocorrem na crosta terrestre, segundo A. Poldervaart

Sedimentos.....................................................6,2%
Granodioritos, granitos, gnaisses.............. 38,3 %
Andesito......................................................... 0,1 %
Diorito...............................................................9,5%
Basaltos...........................................................45,8%

      As Origens da Terra de origem magmáticas, juntamente com as Origens da Terra metamórficas originadas a partir da transformação de uma rocha magmática, representam cerca de 95% do volume total da crosta, ocupando porém 25% da superfície da mesma. As Origens da Terra sedimentares mais as  Origens da Terra metassedimentares, representam apenas 5% do volume, mas no entanto cobrem 75% da superfície da crosta. Essas Origens da Terra formam uma delgada película que envolve a Terra em toda a sua superfície, originando a litosfera.
      Embora exista uma enorme variedade de Origem da Terra magmática (cerca de 1000), seus minerais constituintes se apresentam em pequenas quantidades, e a participação desse tipo de rocha na formação da crosta é bem reduzida.
      Os dados discutidos anteriormente referem-se a toda crosta. No entanto, se fossem pesquisados separadamente continentes e oceanos, ter-se-iam, quanto à derivação das Origens da Terra magmáticas, dados interessantes como: 95% das Origens da Terra intrusivas pertencem à família dos granitos e granodioritos e se encontram nos continentes; já 95% das Origens da Terra efusivas são basálticas e mais freqüentemente presentes no fundo dos oceanos. Com isso, pode-se concluir que as Origem da Terra magmáticas existentes nos continentes possuem essencialmente material granítico, e que as Origem da Terra magmáticas existentes no fundo dos oceanos são formadas basicamente de material basáltico, sendo quase isentos da camada de material granítico (sial).
      O basalto é uma rocha derivada do manto superior (regiões profundas da crosta).
      Os granitos são Origem da Terra formadas em profundidade, através da transformação de Origem da Terra que já estiveram na superfície. As Origens da  Terra de superfície de alguma forma vão se acumulando em grossas camadas nas profundezas da crosta e, sob o efeito de grandes pressões e aquecimento, transforma-se em Origem da Terra metamórficas e posteriormente em granitos, seja por refusão ou por metamorfismo granitizante. Esse fenômeno ocorre nos geossinclinais.
      A constituição química da crosta diz respeito aos vários elementos químicos que a compõem. Para se ter conhecimento de tais elementos, é necessário identificar o volume e a composição das Origens da Terra presentes na crosta.
      Para a identificação dos componentes químicos da crosta, é lançada mão de algumas técnicas, como exemplo, a metodologia de Clark e Washington, que consiste em se tirar à média ponderada de numerosas análises de Origem da Terra e em seguida montar uma tabela dos elementos encontrados e suas respectivas percentagens.

 

Placas tectônicas


      Nome pelo qual são conhecidas as placas litosféricas – camadas rochosas superficiais que formam a crosta terrestre – e que estão em constante, embora lento, movimento, chamado de tectonismo. O deslocamento dá origem a novas estruturas de relevo e provoca abalos sísmicos, conhecidos como terremotos. As principais placas são: a Sul-Americana, a Eurasiática, a Indo-Australiana, a do Pacífico, a Africana, a Antártica e a Norte-Americana.
      Algumas dessas placas estão separadas por fendas vulcânicas, que permanecem em atividade constante no fundo do mar. Através dessas fendas, o magma (matéria viscosa com temperatura de até 1.200º C) sobe do manto, a camada logo abaixo da crosta terrestre, adicionando novos materiais à superfície.
      A solidificação do magma que transborda ao longo das fendas forma grandes cordilheiras conhecidas como dorsais oceânicas. A maior dorsal do mundo é a Meso-Atlântica, que se estende de norte a sul sob o Oceano Atlântico. Tem 73 mil km e possui picos submersos de até 3.800 m de altura.
      O magma que se eleva para a crosta provoca uma expansão do fundo oceânico, movimentando as placas. Tal movimento faz com que elas se afastem e se choquem, causando alterações no relevo, como, por exemplo, a formação de fossas abissais – áreas de profundas depressões no fundo dos oceanos e mares, caso da Fossa do Japão, de 6 mil metros de profundidade. Quando as placas se chocam nas bordas dos continentes, formam cadeias montanhosas, caso da Cordilheira dos Andes, na América do Sul.

 

Terremotos


      Tremores de terra causados geralmente pela movimentação das placas, os terremotos acontecem principalmente nas regiões de atividade vulcânica, como nas margens ocidentais da América; centro, oriente e sul-oriente da Ásia; e na região mediterrânica – áreas que coincidem com as fronteiras entre as placas.  Quando os abalos acontecem no fundo dos oceanos, movimentam grande quantidade de água. Nas proximidades das costas continentais provocam ondas de até 20 m de altura, conhecidas como maremotos.
      No Brasil não ocorrem grandes terremotos porque as Origens da Terra que compõem a crosta são terrenos estáveis que não sofrem grandes acomodações no decorrer do tempo. Apesar disso, está sujeito a pequenos tremores, só registrados por sismógrafos.



6 – FORMAS DE RELEVO

     
      O Relevo do Brasil é um domínio de estudos e conhecimentos sobre todos os planaltos e planícies do território brasileiro.
      O Brasil é um país de altitudes modestas. Cerca de 40% do seu território encontra-se abaixo de 200 m de altitude, 45% entre 200 e 600 m, e 12%, entre 600 e 900 m. O Brasil não apresenta grandes formações montanhosas, pois não existe nenhum dobramento moderno em seu território.
      Tradicionalmente, o relevo do Brasil é dividido de acordo com a classificação de Ab'Saber, respeitado geógrafo paulista, pioneiro na identificação dos grandes domínios morfoclimáticos nacionais. Sua classificação identifica dois grandes tipos de unidades de relevo no território brasileiro: planaltos e planícies.
Mais recentemente, com os levantamentos detalhados sobre as características geológicas, geomorfólogicas, de solo, de hidrografia e vegetação do país, foi possível conhecer mais profundamente o relevo brasileiro e chegar a uma classificação mais detalhada, proposta, em 1989, pelo conceituado professor Jurandyr Ross, do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo. Na classificação de Ross, são consideradas três principais formas de relevo: planaltos, planícies e depressões.

 

6.1 – Relevo segundo Aziz Ab'Saber

 

Planaltos


      Os planaltos ocupam aproximadamente 5.000.000 km² e distribuem-se basicamente em duas grandes áreas, separadas entre si por planícies e platôs: o Planalto das Guianas e o Planalto Brasileiro.

 

Planalto das Guianas


      O Planalto das Guianas situa-se na parte norte do país, estendendo-se ainda pela Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Parte integrante do escudo da Guianas, apresenta rochas cristalinas muito antigas (do período Pré-Cambriano), intensamente desgastadas. Pode ser dividido em duas grandes unidades:
  • Região serrana, situada nos limites setentrionais do planalto. Como o próprio nome indica, apresenta-se como uma linha de serras, geralmente com mais de 2.000 metros de altitude. Nessa região, na serra do Imeri ou Tapirapecó, localiza-se o Pico da Neblina, com 2.994 metros, ponto mais alto do Brasil. Fazem parte desse planalto, ainda, as serras de Parima, Pacaraima, Acaraí e Tumucumaque;
  • Planalto Norte Amazônico, situado ao sul da região serrana, caracterizado por altitudes modestas, inferiores a 800 metros, intensamente erodidas e recobertas pela densa selva amazônica.

Planalto Brasileiro


     O Planalto Brasileiro é um vasto planalto que se estende por toda a porção central do Brasil, prolongando-se até o nordeste, leste, sudeste e sul do território.  É constituído principalmente por terrenos cristalinos, muito desgastados, mas abriga bolsões cristalinos significativos. Por ser tão extenso, é dividido em Planalto Central, Planalto Meridional, Planalto da Borborema, Serras e Planaltos do Leste e Sudeste, Planalto do Meio-Norte e Escudo Sul-Riograndense.

 

Planalto Central


      O Planalto Central, na porção central do país, caracteriza-se pela presença de terrenos cristalinos (do Pré-Cambriano) que alternam com terrenos sedimentares do Paleozóico e do Mesozóico. Nessa região aparecem diversos planaltos, mas as feições mais marcantes são as chapadas, principalmente as dos Parecis, dos Guimarães, dos Pacaás Novos, dos Veadeiros e o Espigão Mestre, que serve como divisor de águas dos rios São Francisco e Tocantins.

Planalto Meridional


      O Planalto Meridional, situado nas terras banhadas pelos rios Paraná e Uruguai, na região Sul, estende-se parcialmente pelas regiões Sudeste e Centro-Oeste. É dominado por terrenos sedimentares recobertos parcialmente por lavas vulcânicas (basalto). Nessa porção do relevo brasileiro, existem extensas cuestas emoldurando a bacia do Paraná. Apresenta duas subdivisões: o planalto Arenito-basáltico, formado por terrenos do Mesozóico (areníticos e basálticos) fortemente erodidos, e a depressão periférica, faixa alongada e deprimida entre o planalto Arenito-basáltico, a oeste e o Planalto Atlântico, a leste.

 

Planalto Nordestino


      O Planalto Nordestino, é uma região de altitudes modestas (de 200 m a 600 m) em que se alternam serras cristalinas, como as da Borborema e de Baturité, com extensas chapadas sedimentares, como as do Araripe, do Ibiapaba, do Apodi e outras.

 

Serras e Planaltos do Leste e do Sudeste

    
  As Serras e Planaltos do Leste e do Sudeste, estão localizados próximos ao litoral, formando o maior conjunto de terras altas do país, que se estende do nordeste até Santa Catarina. Os terrenos são muito antigos, datando do período Pré-Cambriano, e integram as terras do escudo Atlântico. Merecem destaque, nessa região, as serras do Mar, da Mantiqueira, do Espinhaço, as chapadas Diamantina, de Caparaó ou da Chibata, onde se encontra o Pico da Bandeira, com 2.890 metros, um dos mais elevados do relevo do Brasil. Essas montanhas, altas para os padrões brasileiros, já atingiram a a altitude dos dobramentos modernos, sendo conseqüência dos movimentos diastróficos (movimentos de amplitude mundial que produziram transformações no relevo dos continentes) ocorridos no Arqueozóico. Em muitos trechos, essas serras desgastadas aparecem como verdadeiros "mares de morros" ou "pães de açúcar".

 

Planalto do Maranhão-Piauí


      O Planalto do Maranhão-Piauí (ou do Meio-Norte) situa-se na parte sul e sudeste da bacia sedimentar do Meio-Norte. Aparecem, nessa área, vários planaltos sedimentares de pequena altitude, além de algumas cuestas.

 

Escudo Sul-Riograndense


      O Escudo Sul-Riograndense aparece no extremo sul do Rio Grande do Sul e é constituído por terrenos cristalinos com altitudes de 200 a 400 metros, caracterizando uma sucessão de colinas pouco salientes, conhecidas localmente por coxilhas, ou ainda acidentes mais íngremes e elevados, conhecidos como cerros. (serros)

 

Planícies


      As planícies cobrem mais de 3.000.000 de km² do território brasileiro. Dividem-se em três grandes áreas: a Planície Amazônica, a planície litorânea e o Pantanal Matogrossense.

 

Planície Amazônica


      A mais extensa área de terras baixas brasileiras está situada na região Norte. Trata-se da planície Amazônica e planaltos circundantes, localizados entre o planalto das Guianas (ao norte), o planalto Brasileiro (ao sul), o oceano Atlântico (a leste) e a cordilheira dos Andes (a oeste).
      A planície, propriamente dita, ocupa apenas uma pequena parte dessa região, estendendo-se pelas margens do rio Amazonas e seus afluentes. Ao redor dela aparecem vastas extensões de baixos-platôs, ou baixos-planaltos sedimentares.
      Observando-se a disposição das terras da planície no sentido norte-sul, indentificam-se três níveis altimétricos no relevo:
  • Várzeas, junto à margem dos rios, apresentando-se terrenos de formação recente, que sofrem inundações freqüentes, as quais sempre renovam a lâmina do solo;
  • Tesos ou terraços fluviais, cujas altitudes não ultrapassam os 30 m e que são periodicamente inundados;
  • Baixos-planaltos ou platôs, conhecidos localmente por terras firmes, salvos das inundações comuns, formados por terrenos do Terciário.

Planície do Pantanal

    
  Mapa da ecorregião da Amazônia. Os limites da ecorregião amazônica são mostrados em amarelo. Imagens: NASA.
      A mais típica das planícies brasileiras é a planície do Pantanal, constituída por terrenos do Quaternário, situada na porção oeste de Mato Grosso do Sul e pequena extensão do sudoeste de Mato Grosso, entre os planaltos Central e Meridional. Como é banhada pelo rio Paraguai e seus afluentes, é inundada anualmente por ocasião das enchentes, quando vasto lençol aquático recobre quase toda a região.
      As partes mais elevadas do Pantanal são conhecidas pelo nome indevido de cordilheiras e as partes mais deprimidas constituem as baías ou largos. Essas baías, durante as cheias, abrigam lagoas que se interligam através de canais conhecidos como corixos.

 

Planície Litorânea


      As planícies e terras baixas costeiras formam uma longa e estreita faixa litorânea, que vai desde o Amapá até o Rio Grande do Sul. Em alguns pontos dessa extensão, o planalto avança em direção ao mar e interrompe a faixa de planície. Aparecem, nesses pontos, falésias, que são barreiras à beira-mar resultantes da erosão marinha.
      A planície costeira é constituída por terrenos do Terciário, que se apresentam como barreiras ou tabuleiros, e por terrenos atuais ou do Quaternário, nas baixadas. As baixadas são freqüentes no litoral e as mais extensas são a Fluminense, a Santista, a do Ribeira de Iguape e a de Paranaguá.
      As planícies costeiras dão origem, basicamente, às praias, mas ocorrem também dunas, restingas, manguezais e outras formações.

 

6.2 – Relevo  segundo Jurandyr Ross


     
    Tendo participado do Projeto Radam e levado em consideração a classificação de Ab'Saber, Jurandyr Ross propôs uma divisão do relevo do Brasil tão detalhada quanto os novos conhecimentos adquiridos sobre o território brasileiro nos dois primeiros projetos. Por isso ela é mais complexa que as anteriores. Sua proposta é importante porque resulta de um trabalho realizado com o uso de técnicas modernas, que permitem saber com mais conhecimento como é formado o relevo brasileiro. Esse conhecimento é fundamental para vários projetos (exploração de recursos minerais, agricultura) desenvolvidos no país.
      Ross aprofundou o critério morfoclimático da classificação de Ab'Saber, que passou a fazer parte de um conjunto de outros fatores, como a estrutura geológica e a ação dos agentes externos do relevo, passados e presentes. Esta terceira classificação considera também o nível altimétrico, já utilizado pelo professor Aroldo de Azevedo, embora as cotas de altitude sejam diferentes das anteriores.
      Desse modo, a classificação de Jurandyr Ross está baseada em três maneiras diferentes de explicar as formas de relevo:
  • morfoestrutural: leva em conta a estrutura geológica;
  • morfoclimática: considera o clima e o relevo;
  • morfoescultural: considera a ação de agentes externos.
      Cada um desses critérios criou um "grupo" diferente de formas de relevo, ou três níveis, que foram chamados de táxons e obedecem a uma hierarquia.
  • 2º táxon: Leva em consideração a estrutura geológica onde os planaltos foram modelados — bacias sedimentares, núcleos cristalinos arqueados, cinturões orogênicos e coberturas sedimentares sobre o embasamento cristalino.
  • 3º táxon: Considera as unidades morfoesculturais, formada tanto por planícies como por planaltos e depressões, usando nomes locais e regionais.
      O relevo de determinada região depende de sua estrutura morfológica. Tendo sido feita uma nova classificação do relevo, e corresponde uma nova análise da estrutura geológica brasileira.
      As novas 28 unidades do relevo brasileiro foram divididas em onze planaltos, seis planícies e onze depressões.

 

Planaltos


      Compreendem a maior parte do território brasileiro, sendo a grande maioria considerada vestígios de antigas formações erodidas. Os planaltos são chamados de "formas residuais" (de resíduo, ou seja, do que ficou do relevo atacado pela erosão). Podemos considerar alguns tipos gerais:
  • Planaltos em bacias sedimentares, como o Planalto da Amazônia Oriental, os Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba e os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná. Podem ser limitados por depressões periféricas, como a Paulista, ou marginais, como a Norte-Amazônica.
  • Planaltos em intrusões e coberturas residuais da plataforma (escudos): São formações antigas da era Pré-Cambriana, possuem grande parte de sua extensão recoberta por terrenos sedimentares. Temos como exemplos os Planaltos Residuais Norte-Amazônicos, chamados de Planalto das Guianas nas classificações anteriores.
  • Planaltos em núcleos cristalinos arqueados. São planaltos que, embora isolados e distantes um dos outros, possuem a mesma forma, ligeiramente arredondada. Podemos citar como exemplo o Planalto da Borborema.
  • Planaltos dos cinturões orogênicos: são os planaltos que ocorrem nas faixas de orogenia antiga correspondem a relevos residuais por litologias diversas, quase sempre metamórficas associadas a intrusivas. Estas unidades estão em áreas de estruturas dobradas correspondentes aos cinturões Paraguai-Araguaia, Brasília e Atlântico. Nesses planaltos encontram se inúmeras serras, associadas a resíduos de estrutura dobradas intensamente, atacados por processos erosivos. Tem-se como exemplo; os planaltos e serras do Atlântico leste-sudeste, os planaltos e serras de Goiás-Minas e As Serras residuais do alto Paraguai.
região sudeste: Baixada litoranêa (40%do territorio 0e serras ( interior).Ponto mais elevado:pico da bandeira na serra caparaó (2.889.8 m).

 

Depressões


      Nos limites das bacias com os maciços antigos, processos erosivos formaram áreas rebaixadas, principalmente na Era Cenozóica. São as depressões, onze no total, que recebem nomes diferentes, conforme suas características e localização.
  • Depressões periféricas: Nas regiões de contato entre estruturas sedimentares e cristalinas, como, por exemplo, a Depressão Periférica Sul-Rio-Grandense.
  • Depressões marginais: Margeiam as bordas de bacias sedimentares, esculpidas em estruturas cristalinas, como a Depressão Marginal Sul-Amazônica.
  • Depressões interplanálticas: São áreas mais baixas em relação aos planaltos que as circundam, como a Depressão Sertaneja e do São Francisco .

Planícies


      Nessa classificação grande parte do que era considerado planície passou a ser classificada como depressão marginal. Com isso as unidades das planícies ocupa agora uma porção menor no território brasileiro. Podemos distinguir:
  • Planícies costeiras: Encontradas no litoral como as Planícies e Tabuleiros Litorâneos.
  • Planícies continentais: Situadas no interior do país, como a Planície do Pantanal. Na Amazônia, são consideradas planícies as terras situadas junto aos rios. O professor Aziz Ab'Saber já fazia esta distinção, chamando as várzeas de planícies típicas e as outras áreas de baixos-platôs.

Relevo Brasileiro


      Os pontos mais altos do relevo brasileiro (que, no geral, é marcado por baixas altitudes) são: o Pico da Neblina (com 2993,78 metros de altitude) e o Pico 31 de Março (com 2972,66 m. de altitude).
      As baixas altitudes dos relevos brasileiros são devido ao Brasil estar situado sobre uma enorme placa tectônica onde não há choque com outras placas, que originam os chamados dobramentos modernos, que resultam do movimento de colisão entre placas, onde uma empurra a outra chamado movimento convergente.
      Além de divisores de águas das bacias fluviais do Orinoco (na Venezuela) e do Amazonas (afluentes da margem esquerda, ao norte), servem de fronteiras entre o Brasil e os países vizinhos ao norte: Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa.
      O relevo brasileiro apresenta-se em:
  • Planaltos – superfícies com elevação e aplainadas, marcadas por escarpas onde o processo de desgaste é superior ao de acúmulo de sedimentos.
  • Planícies – superfícies relativamente planas, onde o processo de deposição de sedimentos é superior ao de desgaste.
  • Depressão Absoluta - região que fica abaixo do nível do mar.
  • Depressão Relativa – fica acima do nível do mar. A periférica paulista, por exemplo, é uma depressão relativa.
  • Montanhas – elevações naturais do relevo, podendo ter várias origens, como falhas ou dobras.

Depressões do relevo brasileiro


      Sob o ponto de vista de influência da estrutura geológica nas formas de relevo, ou seja, morfoestruturalmente, na região Centro-Oeste e no Meio-Norte do Brasil surgem as chapadas com seus topos horizontais e declividade acentuada nas bordas. As chapadas do Centro-Oeste, como a dos Parecis e dos Guimarães, são divisores de águas entre as Bacias Amazônicas, Platina, do rio São Francisco e do rio Tocantins. No Nordeste Oriental a Depressão Sertaneja e do rio São Francisco sofreram transgressão marinha, o que contribuiu para a presença de fósseis de répteis gigantescos na Chapada do Araripe e em jazidas de sal-gema (cloreto de sódio) encontrado no subsolo. Na história do Brasil, tais jazidas de sal-gema eram chamadas de “barreiros” – elas facilitaram a expansão da pecuária pelo Sertão do Nordeste e pelo Piauí, através dos eixos dos rios São Francisco e Parnaíba.
      No Sul e Sudeste do Brasil, as depressões desenham um grande, representado pela Serra Geral, separando os terrenos do Planalto Cristalino (continuação da Serra do Mar no sul) dos terrenos do Planalto Arenito-Basáltico. Entre este e o Planalto Vulcânico há uma linha de “cuestas”, relevo dissimétrico produto de erosão diferencial sobre camadas de rochas de resistências diferentes aos agentes externos do relevo.
      As “cuestas” apresentam uma encosta íngreme de um lado (frente de cuesta) e outra levemente inclinada. Esta escarpa levemente inclinada é constituída de rochas magmáticas metamórficas mais resistentes à erosão.Por outro lado, a frente de uma cuesta é formada de terrenos menos resistentes.

 

Recursos Hídricos Brasileiros


      O BRASIL é um país de fartos recursos hídricos – 35.000 m³ per capita, enquanto na Alemanha é de apenas 1.500 m³ per capita; e possui 15% da água doce do mundo. No entanto, alguns rios já se apresentam bastante poluídos, como os rios Tietê (em São Paulo) e Paraíba do Sul e o Rio Arrudas (em Belo Horizonte) . As bacias fluviais compreendem o rio principal (em nível de altitude mais baixo) e os seus afluentes (em nível mais alto), bem como toda a superfície drenada por eles. A drenagem das bacias fluviais brasileiras é exorreica, isto é, o nível de base do rio principal corresponde ao nível do mar, onde está a foz ou desembocadura dos rios principais.
      A foz dos rios brasileiros é sobretudo em estuário: deságuam no mar num terminal só. Uma exceção é o rio Parnaíba, entre o Maranhão e o Piauí, que deságua em delta, com várias embocaduras no oceano. Alguns atributos dos recursos hídricos brasileiros e de sua utilização devem ser evidenciados:
  • O Brasil apresenta o terceiro maior potencial hidrelétrico da Terra, visto que a maioria dos seus rios é de planalto. A exceção é o rio Paraguai, que é de planície. Dos 255.000 MW de potencial estão se aproveitando cerca de 25%. O rio de maior aproveitamento hidrelétrico é o Paraná, exatamente para atender à demanda energética do Sudeste. A bacia de maior potencial é a Amazônica.
  • Embora tenha muitos rios navegáveis, as hidrovias representam os meios de transportes menos utilizados em nosso país, ao contrário do que ocorre em países de dimensões continentais, pois são os transportes mais baratos e com maior capacidade de carga.
  • O regime dos rios brasileiros é, em sua maior parte, pluvial. Somente o rio Solimões e parte de seus afluentes são de regime misto, isto é, tem seu volume de águas condicionado às neves da Cordilheira dos Andes e às chuvas.
  • Apenas nas Bacias do Nordeste e pequena parte das Bacias de Leste, onde ocorre o clima semi-árido com suas chuvas escassas e irregulares, na área do Polígono das Secas, é que se localizam rios temporários ou intermitentes, isto é, cujos leitos ficam secos em longas estiagens. Portanto, a maioria dos rios brasileiros é permanente ou perene.

 

7 – BACIAS HIDROGRÁFICAS



Bacia amazônica

 

      É a de maior potencial hidrelétrico do Brasil (105.500 MW) devido aos seus afluentes, sobretudo os da margem direita (ao sul do Amazonas) que, ao descerem dos planaltos, formam cachoeiras e corredeiras. O rio Amazonas é um autêntico rio de planície – o Baixo Amazonas é uma hidrovia natural escoando bauxita (minério de alumínio) para usinas eletrometalúrgicas do Pará.
      Outra hidrovia importante é do rio Madeira, que faz parte do transporte intermodal para o escoamento das safras agrícolas do norte de Mato Grosso. O transporte intermodal representa a diversificação das diversas modalidades de transportes, segundo uma logística de adaptação maior às condições naturais das regiões servidas por elas (ex: uma região como a Amazônia tem muitos rios navegáveis que podem ser transformados em hidrovias), reduzindo os custos pela maior capacidade de carga e menor consumo de combustível. Além disso, as diferenças de fretes e da velocidade dos meios de transportes ampliam o leque de opções dos produtores no escoamento de suas mercadorias. O maior desastre ambiental da Amazônia foi o da construção da Represa de Balbina, que inundou uma área enorme como a da Represa de Tucuruí produzindo, no entanto, 31 vezes menos energia que a de Tucuruí. Os ambientalistas afirmam que o rio Uatumã deverá acabar com o tempo; a decomposição da floresta submersa pela represa irá matar seus peixes. Grande parte da reserva indígena dos Waimiri-Atroari foi inundada. Principais rios: Amazonas, Solimões, Negro, Xingu, Tapajos.

 

Bacia do Tocantins- Araguaia


      É a terceira maior hidrográfica brasileira em potencial hidrelétrico (28.300 MW, depois da Amazônica e a do Paraná). As usinas hidrelétricas desta bacia são a de Tucuruí (a maior da Eletronorte, produzindo 8.000 MW, a maioria subsidiada para as eletrometalúrgicas de alumínio, . . . vorazes consumidoras de energia), no rio Tocantins (PA) e a de S. Félix, no rio Araguaia, entre TO e MT.

 

Bacia Platina ou La Plata


      É a 2ª maior bacia fluvial do mundo com cerca de 1.500.000 km² (1.397.905 km² no Brasil). Seus principais rios são: Rio Paraná, Rio Uruguai, Rio Paraguai, Rio Iguaçu, Rio Tietê, Rio Paranapanema, Rio Grande, Rio Paranaíba, Rio Taquari, Rio Sepotuba.

 

Bacia do Paraná

     
       É importante pela área drenada (a maior do Sudeste), pela extensão e volume (é o segundo da América do Sul, depois da Bacia Amazônica), pelo aproveitamento hidrelétrico (o maior do Brasil, 61.7% do total) e hidroviário.
      Dos afluentes da margem esquerda do rio Paraná sobressaem os rios Tietê e Paranapanema. O rio Tietê teve um papel histórico fundamental na conquista bandeirante do interior, no chamado bandeirismo de monções com destino a Mato Grosso e Goiás – naquela época era chamado de Anhembi. Ele banha e abastece (pela Represa de Guarapiranga) a maior metrópole da América do Sul, a cidade de São Paulo, mas por ela é poluído com o lançamento de esgotos domésticos e industriais.
      O rio Tietê é importante atualmente pelo aproveitamento hidrelétrico e pelo transporte hidroviário, este facilitado pela construção de eclusas (já que é um rio de planalto). As cargas podem ser transportadas de São Paulo a Buenos Aires, na Argentina. Agroindústrias instalam-se junto aos rios Tietê e Paranaíba com seus silos e armazéns, a fim de diminuir os custos de transportes de commodities tanto para o mercado interno como para o externo (Mercosul). As hidrovias apresentam custos menores que os outros meios de transportes (uma empurradora levando quatro chatas carregadas de mercadorias equivale a 240 carretas numa rodovia).

 

Bacia do rio Paraguai


      Uma das características do rio Paraguai (um rio de planície), em quase toda sua extensão, consiste na regularidade apresentada pela variação periódica do seu regime. Os fatores que contribuem para o fato são: a regularidade das chuvas periódicas anuais, a extensa zona de inundação e represamento, representada pela Planície do Pantanal, as chuvas abundantes e o papel armazenador das chapadas de terrenos porosos. Além da importância econômica do rio Paraguai como hidrovia, devemos mencionar o ecoturismo.

 

Bacia do Uruguai


      O rio Uruguai surge da junção dos rios Canoas e Pelotas; seu alto curso é limite entre RS e SC; o médio Uruguai, entre Brasil e Argentina. O Alto Uruguai foi área de colonização mista alemã e italiana; nesta área situam-se cidades importantes pela agroindústria. A Bacia do Uruguai apresenta alto potencial hidrelétrico e poucos trechos navegáveis tendo apenas importância econômica regional.

Bacia Fluvial do São Francisco

 

      No período colonial do Brasil foi fundamental na ligação entre o Sertão Nordestino pecuarista e os centros mineradores do Sudeste. Foi, por isto, denominado de “rio da unidade nacional”. A Bacia do São Francisco é a de segundo maior aproveitamento hidrelétrico (sobressaindo-se na Região Sudeste a Usina de Três Marias, que fornece energia a Belo Horizonte e às siderurgias do rio Doce) e a terceira em potencial (19.700MW). É o rio que abastece a maior parte do Nordeste de energia.
      O maior projeto de irrigação em seu vale é o de Petrolina-Juazeiro. Embora seja um rio de planalto, o São Francisco é navegável desde Pirapora(MG) até Juazeiro(BA)/Petrolina(PE). A navegação a vapor feita entre estes pontos extremos do rio passou a ser secundária em face das dificuldades da mesma pelo assoreamento, além da construção das hidrelétricas e de rodovias. Parte desse rio se concentra aqui no Brasil! Hoje se assiste, de novo, à polêmica da transposição de 5% da vazão fluvial média do São Francisco para os rios Paraíba, Piranhas e Apodi, interligando-se, por canais de 120 km, com o rio Jaguaribe.

 

Bibliografia

  • Comunicação Social do IBGE - 13 de Setembro de 2004.
  • ADAS. M.. Panorama Geográfico do Brasil: Contradições, impasses e desafios socioespaciais (em português). [S.l.]: Editora Moderna. p. 322 a 339 p. ISBN 34523432
  • LUCCI. E. A.. Geografia: O Homem no espaço global (em português). 4 ed. [S.l.]: Editora Saraiva, 1999. p. 320 a 336 p. ISBN 34523432
  • COELHO. M. A. & TERRA. L.. Geografia Geral: O espaço natural e socioeconômico (em português). 4 ed. [S.l.]: Editora Moderna, 2001. p. 68 a 103 p. ISBN 34523432
  • GARCIA. H. C. & GARAVELLO. T. M.. Geografia do Brasil I: Apostila Anglo Vestibulares (em português). 2 ed. [S.l.]: Editora Anglo, 2002. p. 13 a 18 p.



8 – POPULAÇÃO RIBEIRINHA
        As populações ribeirinhas, são povos que vivem nas beiras dos rios e geralmente são extremamente pobres e sofrem com as poluições dos rios (esgoto) e com os assoreamentos e a erosão. A comunidade ribeirinha da Amazônia vive em casas de palafitas. As atividades desempenhadas são o artesanato e a agricultura, sabendo que a maioria das culturas e criações de animais são complementares à alimentação como caça, pesca e algum extrativismo vegetal.

 

Sobrevivência da população ribeirinha


      A sobrevivência da população ribeirinha na várzea amazônica é sempre um ato de heroísmo e de aventura. Diante das imprevisões do nível de elevação das águas, que em certos anos provocam as “grandes cheias” e as “grandes secas”, os ribeirinhos permanecem atentos e sob grande expectativa durante os meses da enchente.
      Tomam providências para enfrentar os perigos e dificuldades na medida em que eles vão se apresentando, e conforme as condições que dispõem, no momento, para este enfrentamento. Para estas famílias de pequenos produtores, carentes de recursos tecnológicos e financeiros é ainda, difícil e impossível planejar, e mesmo sabendo que a cheia vem todos os anos....."estamos sempre apanhando”....”sempre passando aperreado na seca e na cheia”.
      A cheia de 1999 foi uma “grande cheia”. A segunda maior do século segundo as estatísticas registradas. Na área da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá,na região do Médio Solimões, os níveis da água elevaram-se, em média, a 15mts,excedendo em dois metros a última grande cheia, ocorrida em 1994. Como esta população ribeirinha enfrentou esta grande cheia?

 

Como pensam as pessoas de São Paulo


      Para quem mora numa cidade grande como São Paulo, é um pouco difícil entender – ou aceitar – como a população ribeirinha vive. Durante seis meses cultivam mandioca e até criam gado às margens dos rios, mas passam toda a outra metade do ano em suas casas de palafita ou no único meio de transporte local – o barco – sem realmente “pisarem no chão”. Seus poucos bois e vacas ficam vivendo em pequenos cercados suspensos.
      Hoje tive a oportunidade de ver essa realidade mais de perto. Num pequeno bote do Greenpeace percorremos o rio Juruá e, pela primeira vez desde que comecei a acompanhar a expedição, literalmente pisei na floresta amazônica – o que não acontece com freqüência com a tripulação, já que o navio normalmente é ancorado perto de cidades ou povoados. Difícil foi encontrar um local razoavelmente seco onde o bote pudesse parar para os jornalistas caminharem e fazerem suas reportagens – nessa época do ano 90% da região de mata fica inundada.
      Permanecemos na floresta por quase uma hora. No local gravei uma entrevista em vídeo com um representante do Ibama e, quando fui revê-la, curiosamente o áudio estava muito baixo. A imponência da floresta fez com que, sem percebermos, começássemos a quase sussurrar, como se não tivéssemos o direito de perturbar a vida num local que não nos pertence.


 

Vídeo sobre população ribeirinha


Brasil... País de muitos povos entre eles há um povo desconhecido:ribeirinhos.
Vive na região norte,clima tropical (quente  e úmido),povo simples e humilde, com uma cultura própria, dormem em redes, lavam roupa no rio, se alimentam: farinha (principal alimentação), café, peixe, muito peixe, carne de caça, em algumas regiões:açaí ,tapioquinha, frutas típicas (Ingá) poucas verduras (apenas para tempero)
Trabalham com:macaxeira, retiro (casa de farinha), tucupi, caça, pesca, venda de camarão, marcenaria, artesanato, roça.
Afirmam ser católicos, mas estão presos em seus ritos e lendas:pajelanção, martinta pereira, boto, mãe d´água . Também presos em muitos vícios:fumo, bebidas, festas, promiscuidade.
Há muitas necessidades!Vivem sem energia elétrica, e pouca tecnologia. São cerca de 40 mil comunidades registradas, somente 3 mil há um trabalho evangélico
Você pode mudar essa historia!

Para ver o vídeo entre em:  http://www.youtube.com/watch?v=bIQvmKm1nVw




9 – RECURSOS NATURAIS

      Recursos naturais são elementos da natureza com utilidade para o Homem, com o objetivo do desenvolvimento da civilização, sobrevivência e conforto da sociedade em geral. Podem ser renováveis, como a energia do Sol e do vento. Já a água, o solo e as árvores que estão sendo considerados limitados, são chamados de potencialmente renováveis. E ainda não renováveis, como o petróleo e minérios em geral.
      Os recursos naturais são componentes, materiais ou não, da paisagem geográfica, mas que ainda não tenham sofrido importantes transformações pelo trabalho humano e cuja própria gênese é independente do Homem, mas aos quais lhes foram atribuídos, historicamente, valores econômicos, sociais e culturais. Portanto, só podem ser compreendidos a partir da relação homem-natureza. Os recursos naturais são muito importantes para o Mundo.
      O termo surgiu pela primeira vez na década 1970, por E.F. Schumacher no seu livro intitulado Small is Beautiful.
      Nem todos os recursos que a natureza oferece ao ser humano podem ser aproveitados em seu estado natural. Quase sempre o ser humano precisa trabalhar para transformar os recursos naturais em bens capazes de satisfazer alguma necessidade humana. Os recursos hídricos, por exemplo, têm de ser armazenados e canalizados, quer para consumo humano directo, para irrigação, ou para geração de energia hidrelétrica.
      Os recursos podem ser:

      Renováveis: elementos naturais que usados da forma correta podem se renover. Exemplos: animais, vegetação, água.
      Não-renováveis: São aqueles que de maneira alguma não se renovam, ou demoram muito tempo para se transformar. Exemplos: petróleo, ferro, ouro.
      Inesgotáveis: Recursos que não se acabam, como o Sol e o vento.

      Freqüentemente são classificados como recursos renováveis e não-renováveis, quando se tem em conta o tempo necessário para que se dê a sua reposição. Os não-renováveis incluem substâncias que não podem ser recuperadas em um curto período de tempo, como por exemplo, o petróleo e minérios em geral. Os renováveis são aqueles que podem se renovar ou serem recuperados, com ou sem interferência humana, como as florestas, luz solar, ventos e a água.
      Também podem ser classificados de energéticos e não energéticos, se atendermos à sua capacidade de produzir energia. Os carvões e o petróleo são recursos naturais energéticos. Por vezes a água é também considerada um recurso energético, pois as barragens transformam a força da água em energia.
      A maioria dos minerais são recursos não energéticos, com exceção do volfrâmio, o urânio e o plutônio por se tratarem de substâncias radioativas e usadas para a geração de energia.
      Se, por um lado, os recursos naturais ocorrem e distribuem-se segundo uma combinação de processos naturais, por outro, sua apropriação ocorre segundo valores humanos. Além da demanda, da ocorrência e de meios técnicos, a apropriação dos recursos naturais pode depender também de questões geopolíticas, sobretudo, quando se caracterizam como estratégicos, envolvendo disputa entre povos.
      Estes assuntos são estudados em disciplinas de alguns cursos como Engenharia ambiental ou de Tecnólogo em gestão ambiental. Devido aos grandes problemas que envolvem o saneamento básico e os recursos hídricos, muitas disciplinas dos cursos de gestão ambiental são comuns aos Cursos de Engenharia sanitária e de Engenharia hidráulica.
 

 
10 – PROBLEMAS AMBIENTAIS NO BRASIL

      O crescimento urbano, a poluição das águas, do ar e do solo, a devastação de florestas e o desmatamento da Amazônia são alguns dos grandes problemas ambientais do Brasil.
      Existem dois tipos de problemas no Brasil: os problemas urbanos mais conhecidos e também os problemas rurais.
      Os problemas urbanos são mais conhecidos porque há uma grande concentração de pessoas nos centros urbanos.Eles acontecem pela falta de conscientização e também pela falta de educação daqueles que poluem.
  
    Agora vou citar e explicar alguns desses problemas.

      Poluição hídrica (poluição da água): Geralmente, este tipo de poluição é gerado em zonas industriais. Com o avanço da tecnologia e da indústria, aumenta o número de fábricas, e muitas delas, trabalham com produtos químicos nocivos, que depois de utilizados são jogados indevidamente fora. O que há de errado é o fato de rios e lagos servirem como local de depósito para esses mesmos químicos. A principal fonte de poluição hídrica é o homem, quer seja através de fábricas, quer seja através de simples gestos de lançar resíduos na água.
      O lançamento de esgoto doméstico também é um problema ambiental para ser enfrentado, em muitas cidades, o esgoto não é tratado e é lançado diretamente aos rios, afetando o ambiente onde se encontra o rio, consequentemente, abalando todo um ecossistema.
      Mas, quais são as reais consequências da poluição hídrica? A água é um ambiente de vida para muitos seres vivos. Com a poluição e contaminação da água, várias espécies poderão morrer. Além das consequências para as espécies marinhas, são também consideráveis as possíveis consequências para o homem.

      Poluição (atmosférica) do ar: A poluição gerada nas cidades de hoje são resultado, principalmente, da queima de combustíveis fósseis como, por exemplo, carvão mineral e derivados do petróleo(gasolina e diesel).
      A queima destes produtos tem lançado uma grande quantidade de monóxido de carbono e dióxido de carbono (gás carbônico) na atmosfera .Esta poluição tem gerado diversos problemas nos grandes centros urbanos. A saúde do ser humano, por exemplo, é a mais afetada com a poluição. Doenças respiratórias como a bronquite, rinite alérgica, alergias e asma levam milhares de pessoas aos hospitais todos os anos.  Fruto desta poluição, a chuva ácida mata plantas, animais e vai corroendo, com o tempo, monumentos históricos. Fontes de poluição, efeito estufa, chuva ácida, combustíveis fósseis, conseqüências da poluição, combustíveis não poluentes, poluição ambiental e poluição atmosférica.

      Lixo: Desde o surgimento dos primeiros centros urbanos, a produção de lixo se apresenta como um problema de difícil solução.
      A partir da Revolução Industrial, com a intensificação da migração dos trabalhadores do campo para a cidade, aumentaram as dificuldades referentes à produção de resíduos sólidos de diferentes naturezas (domésticos, industriais, serviços de saúde, etc), os quais constituem-se atualmente numa das principais fontes de degradação do meio ambiente.

      Rurais: A poluição dos mananciais (rios, lagos, águas subterrâneas,...) pode ser causada por efluentes líquidos e resíduos sólidos originários dos resíduos domésticos (banheiro, cozinha, lavanderia,...), das atividades agropecuárias (uso de agroquímicos, fertilizantes e corretivos; bovinocultura; suinocultura e avicultura) e atividades agroindustriais (conservas, laticínios, curtumes, frigoríficos).
      A poluição do solo é a alteração prejudicial de suas características naturais, com eventuais mudanças na estrutura física, resultado de fenômenos naturais: terremotos, vendavais e inundações ou de atividades humanas: disposição de resíduos sólidos e líquidos, urbanização e ocupação do solo, atividades agropecuárias e extrativas e acidentes no transporte de cargas.
      A contaminação do solo pode ser de origem orgânica ou inorgânica: materiais contaminados ou em decomposição presentes no lixo; substâncias químicas perigosas; pesticidas empregados na produção agropecuária. Alguns mais cedo ou mais tarde chegam ao corpo humano, não somente por respiração da poeira, como principalmente através da água que se contamina pelo solo e através dos alimentos produzidos.

 
 
EXERCÍCIO 1

      O estudo das ondas sísmicas proporcionou um conhecimento bastante razoável da estrutura interna do Planeta.

A) Quais são as grandes camadas que forma a estrutura interna da Terra?
B) Quais fatores evidenciam que a estrutura interna da Terra não é homogênea?


EXERCÍCIO 2

As bacias sedimentares são estruturas geológicas presentes em todos os continentes.

A) Caracterize esse tipo de estrutura geológica.
B) Quais recursos econômicos as bacias sedimentares podem abrigar?
C) Qual é o tipo de movimento tectônico geralmente sofrido pelas bacias sedimentares?


EXERCÍCIO 3

      Leia o texto:

      "Olhar os mapas pode ser bastante esclarecedor. Olhar para eles de ângulos novos pode ser ainda mais esclarecedor. Mas, se você quer libertar a sua mente de todas as ideias preconceituosas e preconcebidas que os planisférios tendem a produzir, provavelmente só terá um remédio: arranje um globo - e mantenha-o sempre rodando." (The Economist, 14 jan. 1985)
 

 
      Por que o autor afirma que todos os planisférios tendem a difundir ideias preconceituosas e preconcebidas?